Líder comunitário de Magebras relata insônia devido a incêndio florestal devastador no Pará
Andreick Vaz Araújo, um líder comunitário de 38 anos, contou à Folha de S. Paulo que não consegue dormir há mais de 20 dias por pretexto do terrível incêndio florestal que está devastando a comunidade ribeirinha de Magebras. Esta comunidade está situada no município de Breves, no arquipélago do Marajó, no Pará. (Os vídeos podem ser encontrados no final do cláusula).
Os moradores informam que o queima está cada vez mais perto de suas residências e a “fumaça tóxica” já provoca problemas respiratórios e outras complicações de saúde. Em face do cenário crítico, a população pede mais assistência do governo e denuncia a carência de equipamentos e equipe para combater as chamas.
Andreick Vaz Araújo, líder comunitário de Magebras, descreve o desespero dos moradores: “Os dias cá estão sendo muito difíceis. Estamos no combate direto do queima, o dia inteiro. À noite, o queima avança bastante. Os bombeiros ficam só até a tarde. Na segunda [19], estávamos em 20 moradores tentando extinguir o queima.”
A falta de recursos para combater o queima subterrâneo, o mais difícil de extinguir, agrava a situação. A comunidade protocolou uma queixa no Ministério Público do Pará, cobrando reforço das ações. “A gente precisa de ajuda nesse momento. Tem pessoas passando mal, idosos e crianças. A sensação que nós temos é de desamparo do poder público”, desabafa Araújo.
A dona de morada Márcia Fonseca confirma a falta de equipamentos e pessoal: “Nas casas mais próximas [do fogo], porquê a minha e de outros irmãos, essa fumaça dificulta até a gente permanecer nas nossas casas”.
A ONG Observatório do Marajó alerta que a seca antecipada e as mudanças climáticas agravam a situação, criando condições favoráveis para a propagação do queima. A região já sofreu com graves queimadas em 2023, e as perspectivas para nascente ano são ainda mais preocupantes.
🔈😭 “A gente pede que as autoridades possam nos ajudar porque [o fogo] está chegando muito próximo das casas, já tem postes que estão quase virando, a gente já ficou sem robustez hoje e está complicada a nossa situação”, afirmou uma moradora da comunidade ribeirinha de Magebras,… https://t.co/kZHI08baPr
— Cenarium (@cenariumam) August 16, 2024
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