Bispos da Igreja da Inglaterra estão incomodados com os hinos de Natal que exaltam a Jesus porquê o verdadeiro Messias ou porquê libertador de Israel. Para eles, essas canções podem ser “problemáticas” e, por isso, essas letras precisam ser evitadas para produzir um envolvente “inclusivo” nas igrejas durante as celebrações natalinas.
Diante disso, a Diocese de Birmingham instruiu o clero a “usar uma linguagem que não adicione mais confusão ou tensão ou tire qualquer coisa das boas novas da Natividade”. É isso que diz uma reportagem do The Mail on Sunday.
Uma das canções que incomoda o clero é Lo, He Comes With Clouds Descending [Eis que Ele vem com nuvens descendo] que diz que Jesus é o verdadeiro Messias. “Aqueles que O desprezaram e O venderam/ Furaram e O pregaram na árvore/ Profundamente lamentando, profundamente lamentando/ Verão o verdadeiro Messias”, diz o trecho.
Autoridades da igreja que concordam com essa decisão dizem que essas letras contêm uma “potente ênfase no supersessionismo”, a princípio de que o cristianismo é a única religião verdadeira.
Mas ela não é a única música natalina a entrar na mira do “politicamente correto” pela Igreja da Inglaterra. Outro hino citado na reportagem é Ó Come, Ó Come, Emmanuel [Ó vem, ó vem, Emanuel] que labareda Cristo para libertar o povo cativo de Israel. “O venha, venha, Emmanuel, para libertar seu Israel cativo”, diz trecho da letra.
– Membros da nossa equipe trabalhando em estreita colaboração com diversas comunidades em Birmingham convidaram as igrejas a pensar em fornecer qualquer contexto para pessoas novas na igreja que podem não ter certeza do porquê ‘Israel’ está sendo discutido e se isso tem alguma relação com o conflito atual – confirmou o reverendo Michael Volland, papa de Birmingham, ao The Telegraph.
A decisão da Diocese não foi muito aceita por outros religiosos dentro da Igreja da Inglaterra.
O cônego Chris Sugden, ex-membro do Sínodo Universal e secretário executivo do grupo Anglican Mainstream. Segundo ele, “os hinos não devem ser alterados só porque a Igreja se conforma a todas as causas progressivas”.