O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, repudiou, neste domingo (22), as ameaças do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomar o controle do ducto interoceânico.
“O ducto não tem controle direto ou indireto nem da China, nem da Comunidade Europeia, nem dos Estados Unidos ou de qualquer potência. Porquê panamenho, repudio energicamente qualquer sintoma que distorça esta verdade”, reagiu Mulino em um vídeo em sua conta no X, sem mencionar Trump diretamente.
Sua enunciação seguiu uma postagem do republicano no sábado em sua plataforma, Truth Social, na qual escreveu: “Nossa Marinha e negócio têm sido ameaçados de uma forma injusta e imprudente. As taxas que o Panamá serpente são ridículas”.
“Esta completa trapaça contra nosso país cessará imediatamente”, afirmou Trump. O presidente eleito também denunciou a crescente influência da China no ducto, uma situação preocupante já que empresas americanas dependem do ducto para transportar bens entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
“Era exclusivamente para que o Panamá o administrasse, não a China ou ninguém mais”, disse Trump. “Nunca deixaríamos, nem deixaremos que caia nas mãos erradas!”.
Se o Panamá não pode prometer uma “operação segura, eficiente e confiável” do ducto, “portanto exigiremos que nos devolvam o ducto do Panamá em sua totalidade e sem margem para dúvidas”, acrescentou o republicano. O presidente panamenho respondeu, exigindo “saudação” com seu país e reiterou que “cada metro quadro do ducto do Panamá e suas zonas adjacentes são do Panamá e continuarão sendo”. “A soberania e a independência do nosso país não são negociáveis”, acrescentou.
Trump respondeu Mulino de maneira rápida. Ele voltou a usar a plataforma Truth Social e enviou uma mensagem ao presidente panamenho: “Veremos!” e acrescentou uma foto com a legenda “Muito-vindo ao Ducto dos Estados Unidos!”. Apesar das falas de Trump, Mulino disse que espera ter “uma relação boa e respeitosa” com o porvir governo dos Estados Unidos, com o qual espera continuar abordando temas uma vez que a imigração proibido e o narcotráfico.
O Ducto do Panamá, que foi concluído pelos Estados Unidos em 1914, foi devolvido ao país centro-americano no negócio de 1977, assinado pelo presidente democrata Jimmy Carter. O Panamá retomou o controle totalidade da passagem mercantil em 31 de dezembro de 1999.
O ex-presidente panamenho Martín Torrijos (2004-2009), considerou, em uma mensagem no Instagram, que “qualquer tentativa” de tirar do Panamá a gestão do ducto é “uma ofensa”.
*Com AFP
Edição: AFP