O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), adotou sigilo 4-5 no questionário sobre a tentativa de golpe de Estado, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas.
O site Correio brasiliense apurou que, para prometer segurança absoluta, exclusivamente um desembargador e um juiz que trabalham diretamente com Moraes têm chegada ao questionário de 884 páginas. Também por sobreaviso, o ministro decidiu trabalhar desconectado da internet e orientou que seus assessores façam o mesmo. O relator deve remeter na segunda-feira à Procuradoria-Universal da República (PGR) o relatório final do questionário. Nele, Bolsonaro e 24 militares são indiciados por golpe de Estado, extinção violenta do Estado Democrático de Recta e organização criminosa.
Há, ainda, o agravante de um grupo específico ter tramado o assassínio triplo — do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio Moraes.
Para o ministro-relator, manter o sigilo inteiro sobre o questionário permite que ele e seus assessores mais próximos consigam trabalhar de forma contínua e segura. Porém, anteriormente, Moraes levantou o sigilo do relatório final nas investigações de fraude dos cartões de vacina e dos desvios de joias sauditas e outros itens do ror presidencial. Nos dois casos, Bolsonaro foi indiciado.
O relatório final do questionário chegando às mãos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ele decidirá o que fazer. Pode apresentar denúncia imediatamente, solicitar mais diligências — mais investigações — ou arquivar. Para quem acompanha o caso, a tendência é de ele apresentar denúncia ou pedir mais apuração. A pessoas mais próximas, avisou que os casos do golpe, vacinas, joias são conexos — ou seja — devem ser tratados conjuntamente.
Já está com Gonet um material robusto de inquéritos sobre vacinas e joias do ror presidencial.
O questionário do golpe engloba ainda um multíplice projecto que poria término ao Estado Democrático, executaria políticos de peso, imporia milícias digitais e uma série de outras ações em 2022 — período pré e pós-eleitoral. A perspectiva é que o desenrolar do caso, porquê uma verosímil denúncia, fique para os primeiros meses de 2025.