O líder da Oposição no Senado, Rogério Marítimo (PL-RN), voltou a se manifestar sobre o indiciamento de Jair Bolsonaro pela Polícia Federalista. Para o parlamentar, vincular o ex-presidente a golpismo é “forçar a barra”.
“Acharam um projecto depois de dois anos, em um celular que foi aprendido há dois anos, me desculpe. Eu tenho que esperar o que está acontecendo. Aloprado tem em todos os lugares. Já ouvi essa frase, inclusive, de um face chamado Luiz Inácio Lula da Silva. Querer atribuir essa situação a Bolsonaro é forçar a barra”, disse em entrevista ao jornal O Mundo.
Marítimo também criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), uma vez que relator das investigações.
“Tudo o que acontece precisa ser delicado. O que não dá é conviver com métodos pouco ortodoxos. O Recta tem um rito processual. Por exemplo: acontece um problema com a pessoa que claramente está desequilibrada e, no dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes afirma que aquilo faz segmento do gabinete do ódio e recebe o questionário para presidi-lo. Fica difícil crer na imparcialidade.”
MP do TCU pede bloqueio de indiciados
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pediu o bloqueio de R$ 56 milhões dos 37 indiciados pela PF, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois indiciamento em questionário sobre suposta tentativa de golpe de Estado.
O órgão sustenta que as ações que tentaram dar um golpe de Estado têm relação direta ao 8 de janeiro, evento que causou estragos materiais, no valor de R$ 56 milhões, na Terreiro dos Três Poderes, segundo o Estadão.
A representação escrita pelo subprocurador-geral Lucas Furtado pede ainda a suspensão dos salários dos 25 oficiais das Forças Armadas.
O relatório da PF
O ex-presidente da República foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, extermínio violenta do Estado Democrático de Recta e golpe de Estado.
Além dele, também foram indiciados ex-integrantes do Poder Executivo, os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, o deputado federalista e ex-diretor da Filial Brasileira de Informações (Abin), Alexandre Ramagem, e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto.
Segundo a PF, oficiais das Forças Armadas, assessores palacianos e ex-ministros de Estado, sob a coordenação de Jair Bolsonaro, participaram de reuniões em que se discutiu a possibilidade de se instituir um golpe de Estado.