Polícia Federalista (PF) encerrou a investigação sobre um suposto golpe de Estado e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 21. Em entrevista ao Jornal da Oeste, o desembargador jubilado Sebastião Coelho disse que o objetivo da ação é prender o ex-chefe do Executivo.
“É simples que a inclusão de Bolsonaro no interrogatório iria suceder”, afirmou Coelho. “Porque o objetivo de tudo que está sendo feito não é outro: prender Bolsonaro. Para que isso aconteça, eles precisam envolver todo o seu entorno, aquelas pessoas que trabalharam com o presidente, aquelas pessoas mais próximas, tem de indiciar para chegar ao Bolsonaro.”
O ex-presidente foi indiciado pelos crimes de cessação violenta do Estado Democrático de Recta, golpe de Estado e organização criminosa. A PF enviou o relatório da investigação, que tem 884 páginas, para o Supremo Tribunal Federalista (STF). O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso.
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De consonância com a Golpe, o ministro deve encaminhar o documento para a Procuradoria-Universal da República (PGR) na próxima semana. Sebastião Coelho criticou a estudo de Moraes em outros inquéritos da PF e cobrou a premência de provas concretas.
“Tudo que temos é o que a PF escreve e manda no pedido para o ministro Alexandre de Moraes”, afirmou Coelho. “Ele toma uma decisão e cita unicamente o que a PF apresenta, mas não apresenta prova. Com tudo que vi até agora, não tem a menor possibilidade daqueles atos isolados, se é que aconteceram, poderem se caracterizar porquê uma tentativa de golpe.”
Narrativa contra Bolsonaro
O desembargador jubilado ainda disse que não ficou surpreso com o indiciamento de Bolsonaro. Para Coelho, a Polícia Federalista segue uma narrativa, mas não apresentou comprovação das acusações.
“Me surpreenderia se a PF tivesse divulgado o relatório”, afirmou Coelho. “Porque, nos indiciamentos, a PF deixa no ar o que aconteceu, o que fizeram. Nem os advogados sabem o que aconteceu. O indiciamento seria uma consequência oriundo de tudo que já fizeram até agora.”
Nascente/Créditos: Revista Oeste