Em junho de 2023, veio à tona uma série de mensagens trocadas por militares em um grupo de conversa por aplicativo chamado “Dosssss”, onde discutiam planos para dar um golpe de Estado no país. Quem administrava o grupo era Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), portanto presidente da República. Entre os membros do coletivo, estava o major André Luiz Pereira da Silva, publicado uma vez que “Bodão”.
Em 29 de dezembro de 2022, em seguida a eleição daquele ano, que consagrou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente do Brasil, em seguida derrotar Bolsonaro nas urnas, Bodão foi ao podcast “Fala Glauber”, onde criticou o alto-comando das Forças Armadas por, em sua opinião, manter pessoas acampadas na frente dos quartéis “sem fazer zero”.
“É idoso, é gente que sustentou a gente, são famílias que estão ali. Faça chuva ou faça sol e eles estão na frente da base. É uma medo deixar aquele povo lá, alimentando um tanto, que, se você não vai fazer, senta, explica e toca a vida. Deixa as pessoas tocarem a vida”, afirmou Bodão.
O militar se referia aos bolsonaristas que acamparam em frente a quartéis por todo o país para pedir mediação militar contra os resultados das urnas que deram vitória a Lula. O mais emblemático foi o acampamento de Brasília, cujos membros participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro, invadindo e depredando o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF em seguida a posse do petista.
Bodão criticou, também, o relatório divulgado pelas Forças Armadas que confirmou a segurança das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições de 2022 no país. “Eu acho uma medo o que nossos líderes militares estão fazendo e serei muito sincero. Primeiro, porque a partir do momento em que você é chamado para fazer uma auditoria e emite um relatório uma vez que foi feito, é uma medo. Para mim, é uma medo manifestar tranquilamente que não teve entrada a tudo e concordar tudo passivamente”, finalizou.
O major tem larga experiência nas Forças Armadas e fez segmento, entre 2000 e 2012, do Comando de Operações Especiais de Goiânia, um grupo de escol do Tropa, chamado “kids pretos”, que ganhou notoriedade na última segunda-feira (18), em seguida quatro militares do grupo serem presos por participarem de um projecto para executar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF).
Segundo a Polícia Federalista, uma reunião na moradia do ex-chefe da Mansão Social do governo de Jair Bolsonaro, o general Braga Netto, no dia 12 de novembro, determinou o “planejamento operacional para a atuação dos ‘kids pretos’”.
Quando Bodão integrava o 1º Batalhão de Forças Especiais, um jovem militar iniciou seu curso para se tornar um “kids preto”. Era Mauro Cid, hoje tenente-coronel no Tropa, com passagem pelo Palácio do Planalto, uma vez que ajudante de ordens de Bolsonaro.
Depois duas missões no Haiti, Bodão abandonou a farda em 2012 e foi para a suplente das Forças Armadas. Escolheu uma vez que sorte a África, onde trabalhou uma vez que segurança privado da Vale em empreendimentos da empresa em Moçambique, no Mali e Malawi.
De volta ao Brasil, em 2020 foi trabalhar uma vez que assessor parlamentar do deputado federalista Vitor Hugo (PL-GO), bolsonarista de primeira fileira, que era líder do governo na Câmara dos Deputados. Bodão ficou por seis meses no Congresso.
Edição: Martina Medina