Opositores do regime de Nicolás Maduro na Venezuela que se refugiaram na embaixada da Argentina estão enfrentando situação de escassez de luz e chuva há três semanas, em seguida a eletricidade ser cortada no sítio. De conformidade com um dos refugiados, Pedro Urruchurtu, trata-se de uma situação “estressante e sufocante” decorrente de uma “série de assédios” à sede diplomática. Ele ainda afirma que os agentes de Maduro chegaram a entrar no sítio e sequestraram um dos refugiados.
As informações foram apuradas pela BBC News. De conformidade com os relatos, um dos seis procurados pelo regime que buscaram abrigo na embaixada em 20 de março deste ano foi raptado pelo governo Maduro, em uma violação à Convenção de Viena, na qual tanto a Argentina e a Venezuela são signatárias.
O asilado que teria sido sequestrado durante uma invasão armada trata-se de Fernando Martínez Mottola, que segundo a Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea) comunicou neste sábado (21), foi levado para “implicar seus companheiros em atividades golpistas”.
Mottola foi ministro dos Transportes e Comunicações à era da presidência de Carlos Andrés Pérez, na dez de 1990. O Ministério Público da Venezuela alega que Mottola não foi sequestrado, mas que deixou a embaixada voluntariamente e se apresentou às autoridades no dia 19 de dezembro para “colaborar ativamente com a Justiça venezuelana”. Além dele e Pedro Urruchurtu, também buscaram asilo na embaixada Magalli Meda – diretora de campanha da líder da oposição, Maria Corina Machado -, Omar González, Claudia Macero e Humberto Villalobos, colaboradores do partido de Corina, Vente Venezuela.
– É uma situação estressante, sufocante. É evidente que, depois de nove meses e, particularmente, destas três semanas [sem luz], existe um desgaste emocional. É proveniente, com a intervalo da família, na era do ano em que estamos, com as pressões existentes e as ameaças – desabafou Urruchurtu, que afirma ter a “obrigação moral de resistir”, em mensagem fixada em seu perfil no X.
Os refugiados buscaram a embaixada argentina no dia 20 de março, em seguida a Procuradoria-Universal da Venezuela, controlada por Maduro, os acusarem de conspiração e traição à pátria. Eles afirmam que já não sabem quanto tempo mais conseguirão manter.
– Estamos sem eletricidade desde 23 de novembro, vimos que houve uma mobilização para isso e não recebemos nenhum aviso. Veio um veículo da Corpoelec, a empresa do Estado responsável pela eletricidade, e simplesmente levou os fusíveis. Uma empresa estatal se prestou a assediar e trinchar os serviços para uma embaixada. Acredito que esta seja a maior prova de violação da Convenção de Viena – declarou Urruchurtu.
– Estamos racionando tudo. A pouca eletricidade que temos, a pouca chuva que entra, a questão dos provisões e primeiros socorros, medicamentos etc. É complicado com o assédio. O regime tira fotografias de tudo. Sabe tudo o que existe. Sabe que somos seis civis desarmados e indefesos – acrescentou.
A embaixada da Argentina na Venezuela está sob custódia do Brasil desde agosto, quando a chancelaria venezuelana exigiu que a diplomacia argentina deixasse o território venezuelano em seguida o país governado por Javier Milei denunciar perseguição à sua sede diplomática.
O ministro de Relações Interiores, Justiça e Silêncio da Venezuela, Diosdado Cabello, por sua vez, rebateu as acusações de assédio à embaixada:
– Não sei por que ele [Milei] diz que estão assediando sua embaixada. (…) A Embaixada da Argentina está aí. Eles verão. Que paguem a luz, portanto. Que paguem os serviços. Também não iremos dar zero de presente para eles – assinalou.
Controlado pelo regime chavista, o Recomendação Pátrio Eleitoral (CNE) anunciou Maduro uma vez que vencedor das eleições presidenciais deste ano, porém, não mostrou as atas eleitorais que comprovariam o resultado. A oposição, por outro lado, exibiu cópias de mais de 80% das atas que apontam o opositor Edmundo González Urrutia uma vez que o verdadeiro vencedor. Urrutia teve que deixar o país em seguida ameaças de prisão e está atualmente exilado na Espanha.
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