A deputada Bia Kicis (PL) afirmou, nesta sexta-feira (22), possuir um movimento para “persuadir o povo” que a luta pela anistia dos presos e condenados do 8 de Janeiro foi sepultada, em seguida a Polícia Federalista concluir o interrogatório que apurava a tentativa de golpe de Estado no país na sequência da eleição presidencial de 2022.
Líder da minoria na Câmara, a deputada defendeu que a proposta de anistia, em estudo na Lar, é uma forma de “pacificar a país”. “Querem a ferro e lume persuadir o povo de que os mais recentes factoides sepultaram definitivamente a luta por anistia ampla, universal e irrestrita. Pelo contrário, estou convicta que essa luta, mais do que nunca, é o caminho para pacificar a país e fazer com que os brasileiros se reencontrem consigo mesmos”, declarou.
A deputada falou sobre o tema durante sessão solene em homenagem a Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, recluso em seguida participar da invasão das sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
Ele morreu, aos 46 anos, em seguida um mal súbito no Multíplice Penitenciário da Papuda, em Brasília, em novembro de 2023. Bia Kicis foi uma das parlamentares que sugeriu a realização da sessão “in memoriam” e a única presente no plenário nesta manhã. “A luta pela anistia é a nossa dívida para com as próximas gerações, é a nossa dívida com a memória de Cleriston Pereira da Cunha e seus inúmeros companheiros de infortúnios. Uma dívida que, com a ajuda de Deus, haveremos de resgatar”, disse.
Parado há mais de três semanas, o projeto da anistia aguarda a estudo em uma percentagem peculiar, que ainda não foi instalada por depender de um despacho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele precisa assinar um ofício para que os líderes partidários possam indicar os integrantes do colegiado.
O PL quase foi votado na Percentagem de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), mas uma decisão de Lira encaminhou essa proposta para a percentagem peculiar e, na prática, atrasou o progressão do texto. Líderes partidários avaliam que o projeto não é prioridade e deve seguir travado até o termo do ano.
As bancadas do PT e do PSOL apresentaram pedidos pelo arquivamento do projeto, depois de reveladas intenções de um golpe de Estado e o projecto de homicídio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.
No oração, Bia Kicis fez referência e criticou o indiciamento pela Polícia Federalista do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 36 nomes, suspeitos de terem cometido os crimes de anulação violenta do Estado Democrático de Recta, golpe de Estado e de organização criminosa.
“Essa horrenda inversão de valores, protagonizada pelo condomínio do poder na juristocracia e pela esquerda hoje no poder, desceu ao nível mais plebeu da mendacidade de degradação com o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de seus colaboradores, por suposto envolvimento em alegada tentativa de golpe e homicídio de altas autoridades do condomínio”, disse a deputada.
Bia Kicis também minimizou a investigação da PF, que revelou o suposto planejamento da morte do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Alexandre de Moraes, em 2022. Nesse contexto, a deputado lembrou a facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018.
“Lembrando que o presidente Jair Bolsonaro, quando candidato, foi o único realmente atacado, esfaqueado, quase morto, de verdade. Cá não se trata de ficção”, declarou.