O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) identificou um provável superfaturamento de R$ 7,8 milhões na construção do Hospital da Moçoilo, obra emblemática da gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
A auditoria do TCE-PE apontou irregularidades no contrato de R$ 111,8 milhões, incluindo sobrepreço, subdimensionamento de equipamentos e descumprimento do cronograma. Até o momento, a prefeitura já desembolsou R$ 52,1 milhões para a realização do projeto.
O mentor Marcos Loreto, relator das contas do Gabinete de Projetos Especiais (Gabpe) e primo de segundo proporção do prefeito João Campos, concedeu à prefeitura um prazo de cinco dias úteis para apresentar esclarecimentos sobre as supostas irregularidades. Em resposta, a Prefeitura do Recife afirmou que não há irregularidades e que todas as contratações seguem rigorosamente os ritos administrativos, em conformidade com os princípios de legitimidade, economicidade e transparência.
O Hospital da Moçoilo, localizado no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, tem inauguração prevista para janeiro de 2025 e foi uma das principais promessas de campanha de João Campos.
O TCE-PE também identificou um sobrepreço de R$ 12,5 milhões em outro contrato da prefeitura, referente à instalação de placas solares em escolas municipais. A empresa responsável pela licitação é a Enove, do qual proprietário é fruto do presidente da Tertúlia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB).
As investigações do TCE-PE continuam, e a prefeitura tem até a próxima segunda-feira para apresentar sua resguardo em relação às supostas irregularidades apontadas.