Silvio de Abreu, ex-diretor de Teledramaturgia da Mundo, criticou as novelas atuais da emissora. Em entrevista ao site Notícias da TV, ele chegou a falar que “os cenários são de novelinha de quinta categoria”.
A pedido do site, ele conferiu alguns capítulos de Pequena do Momento, Volta por Cima e Mania de Você. Depois, Silvio classificou tudo uma vez que subordinado.
– E o que reparei? Que tudo é subordinado ao que era feito anteriormente – comentou.
Para ele, os cenários estão ruins e os investimentos devem estar menores.
– Primeiro, os investimentos financeiros devem ser muito menores. Eu não tenho teoria de quanto, mas muito menores, porque os cenários são muito ruins. Os cenários que você vê hoje nas novelas, exceto a das nove, são cenários de novelas que os outros canais faziam, muito inferiores. Os cenários são de novelinha de quinta categoria, são só paredes. Você não vê [cena] externa, quase não tem. É tudo dentro de um cenário, é tudo na cidade cenográfica. E as cidades cenográficas são muito inferiores às que a gente tinha antes. A iluminação é chapada, não tem nenhum estudo maior de iluminação, é tudo muito lavado, você não tem um degradê de luz pra gerar um clima dentro de uma cena – falou.
O novelista apontou ainda que “atualmente, o que as novelas não têm é uma história”.
– Elas têm cenas. Uma cena em que as pessoas falam um monte de coisas, e vai para outra cena. Não tem uma história que engancha, que vai engatando uma cena na outra, que vai formando uma curiosidade, uma prisão, uma emoção, e que você não pode deixar de observar amanhã. Isso não tem mais. (…) Quando a gente fazia romance nos anos 1980, 1990, 2000, elas tinham uma história, e os personagens serviam àquela história. (…) Aliás, você tem um elenco e você não reconhece ninguém. E esse alguém que você não conhece também não tem experiência. Logo, a cena não cresce. O diálogo é medíocre, a atuação é medíocre, e quando você coloca um ator de mais experiência, ele diminui a capacidade dele pra não entrar em confronto com o outro que é pior. (…) A direção também não é uma direção criativa, é uma direção que grava e coloca no ar, porque me parece que eles têm cada vez menos tempo para gravar. Eles são cobrados por eficiência, por quantidade, não por qualidade – avaliou.