O papa Francisco condenou neste sábado (21) a “crueldade” de um ataque airado israelense na Tira de Gaza no qual morreram, segundo os serviços de resgate locais, sete crianças de uma família palestina.
“Ontem bombardearam crianças. Não é a guerra, é uma crueldade. E quero manifestar porque é alguma coisa que me comove”, declarou o pontífice prateado em uma audiência com membros da Cúria, o governo da Santa Sé.
Na sexta-feira (20), a Resguardo Social de Gaza relatou que 10 integrantes da mesma família, incluindo sete crianças, morreram em um ataque airado israelense em Jabaliya, no setentrião do território palestino.
Francisco, que completou 88 anos esta semana, já fez diversos apelos em prol da sossego na Tira de Gaza. Nas últimas semanas, o pontífice elevou o tom contra a ofensiva israelense, que, segundo as autoridades do território governado pelo Hamas, deixou mais de 45 milénio mortos, a maioria civis. Pelo menos 21 pessoas morreram nas últimas 24 horas, informou o ministério em enviado. No final de novembro, o líder da Igreja Católica afirmou que “a prepotência do invasor” estava “prevalecendo” sobre o diálogo.
Francisco publicou um livro em novembro no qual pediu uma investigação “com atenção” para saber se a situação em Gaza corresponde à “definição técnica” de genocídio, uma arguição rejeitada com veemência por Israel.
Procurado pela AFP, o Tropa israelense afirmou que o balanço enviado pela sucursal de Gaza “não coincide” com as informações das forças militares do país. As tropas israelenses “atacaram vários terroristas que operavam em uma estrutura militar” do movimento islamista palestino Hamas e que “representavam uma ameaço”, afirmou o tropa.
Ataques deliberados contra civis
O Haaretz, importante jornal israelense, descreveu assassinatos indiscriminados de civis palestinos no Galeria Netzarim do território com autorização do comando do Tropa de Israel. Quotidiano considerado progressista em israel, o Haaretz tem enfrentado severas críticas do governo de extrema direita do primeiro ministro Benjamin Netanyahu.
Na reportagem soldados, oficiais de curso e reservistas não identificados disseram que os comandantes israelenses ordenaram ou permitiram o homicídio de mulheres, crianças e homens desarmados no Galeria Netzarim, uma tira de terreno de sete quilômetros de largura que corta Gaza de Israel até o Mediterrâneo e que foi transformada em uma zona militar.
Os soldados disseram ao Haaretz que receberam ordens para furar incêndio contra “qualquer um que entrasse” em Netzarim. “Qualquer um que cruzar a traço é um terrorista – sem exceções, sem civis. Todos são terroristas”, disse um soldado citando o comandante de um batalhão.
Entenda a questão Israel x Palestina
Porquê esses ataques chegaram a esse ponto? Porquê surgiu o que hoje é um dos conflitos mais importantes do mundo, que fala sobre religião, ancestralidade e recta à terreno? Assista ao BdF Explica sobre o tema.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito