Missão golpista concebida para prisão e realização do ministro do STF, em dezembro pretérito, foi invenção a partir de unicamente uma foto no celular do militar
A Polícia Federalista encurralou o major Rafael de Oliveira, ‘kid preto’ ligado à Operação ‘Despensa 2022′ – missão golpista concebida para prisão e realização do ministro Alexandre de Moraes, do STF, em dezembro pretérito – a partir unicamente de uma foto no celular do militar. Na imagem, o major ‘Joe’, porquê é publicado na caserna, empunhava a carteira de habilitação de um terceiro – cujos dados usou ilicitamente para conseguir uma traço telefônica sem ser identificado. O número de telefone cadastrado com dados roubados foi usado pelo comando da ação que os ‘kids pretos’ colocaram na rua – no final, ela acabou ‘abortada’.
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As informações pertenciam ao possuinte da CNH fotografada por ‘Joe’: um “terceiro de boa-fé” que bateu no coche do major um mês antes da ação clandestina contra Moraes O que despertou os investigadores não foi unicamente o documento, mas o indicador esquerdo de ‘Joe’ que aparecia na foto segurando a CNH. A PF conseguiu extrair e identificar a do dedo do militar no projecto Despensa 2022 que, em última instância, previa um golpe de Estado e também o assassínio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice Geraldo Alckmin.
‘Joe’ era rosto já publicado entre os investigadores da tentativa de golpe gestada no governo Jair Bolsonaro. Ele foi intuito da Operação Tempus Veritatis, que a PF deflagrou em fevereiro último, ocasião na qual foi apreendido o celular do major. No aparelho, os investigadores verificaram porquê o ‘kid preto’ deu coordenadas para um projecto que os militares efetivamente puseram em prática contra Moraes, inclusive com uso de veículo solene do Tropa.
Na esteira da Operação Tempus Veritatis, ‘Joe’ passou a usar tornozeleira eletrônica. Já nesta terça-feira, 19, o major foi intuito de mandado de prisão preventiva no contexto da Operação Contragolpe – a qual também levou à prisão o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo do governo Bolsonaro por envolvimento com a missão de envenenar Lula e explodir Moraes.
Os dados do celular de ‘Joe’ levaram a PF a descortinar todos os detalhes do projecto envolvendo um núcleo de seis militares que, no dia 15 de dezembro de 2022, saíram no treita de Moraes. No aparelho, havia os registros, em um grupo de aplicativo de mensagens, dos detalhes da Operação ‘Despensa 2022′ – uma “ousada sequência de ações de militares, nitidamente realizadas a partir de um planejamento minuciosamente elaborado”.
Segundo a PF, o esquema para pegar o ministro é um “verdadeiro capítulo no contexto de tentativa de golpe de Estado”. Para os investigadores, ele está diretamente relacionado ao projecto ‘Punhal Verdejante Amarelo’, encontrado com o general Mário Fernandes, recluso nesta terça, 19. As mensagens encontradas com o major ‘Joe’ mostram a movimentação dos ‘kids pretos’ pelas ruas de Brasília – depois dias de monitoramento – na pista de Moraes.
Diálogos revelam que a ação acabou abortada depois um dos envolvidos compartilhar a informação de que o julgamento que era realizado no STF na ocasião, sobre o orçamento secreto, havia sido posposto. Uma vez que mostrou o Estadão, para operacionalizar a ação, os militares usaram telefones frios, em nome de terceiros, assim porquê codinomes de países que disputaram a Despensa do Mundo de 2022 – ‘Japão’, ‘Brasil’ e ‘Alemanha’, por exemplo – em uma tentativa de ocultar suas identidades.
O grupo estudou o caso Marielle Franco para evitar ‘erros’ que levaram a Polícia a identificar os assassinos da vereadora e de seu motorista Anderson Gomes. Os arquivos de estudo do grupo – um deles nomeado porquê apostila – estavam com Rafael.
‘Joe’ não contava, porém, que a perícia da PF conseguiria identificar sua do dedo, o que ocorreu a partir da foto do documento que usou justamente para conseguir um ‘telefone indiferente’. A carteira de habilitação pertence a Lafaiete Teixeira Caitano.
Também no aparelho celular de ‘Joe’, havia a foto de um Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo de um coche – Chevrolet Cruze – registrado em nome de Lafaiete. Ambas as fotos foram registradas no dia 25 de novembro de 2022, quando, segundo a Polícia Federalista, o grupo de ‘kids pretos’ já estava realizando ações de monitoramento de Moraes.
Uma semana antes das fotos serem tiradas, no dia 12, Rafael participou de reunião na lar do general Braga Netto, ex-ministro da Resguardo, na qual foi aprovada o projecto de ação dos ‘kids pretos’ contra Moraes.
Logo depois o encontro, foi Rafael quem encaminhou para Cid o documento, com senha, ‘Despensa 2022, com “as necessidades iniciais de logística e orçamento de gastos para as ações clandestinas com o ocupação de militares com formação em forças especiais”. Ele queria um orçamento de R$ 100 milénio para a ação.
A PF portanto quis identificar quem era Lafaiete e descobriu que ele registrou um boletim de ocorrência, no dia 6 de dezembro de 2022, junto à Polícia Social de Goiás, narrando um acidente de trânsito ocorrido em 24 de novembro – um dia antes das fotos feitas pelo major ‘Joe’.
Lafaiete narrou à Polícia que, no km 4 da BR 060, em uma região conhecida porquê ‘sete curvas’, houve uma batida envolvendo seu coche e um Volkswagen T Cross, que era orientado por Rafael Martins de Oliveira.
O acidente ocorreu por volta de 22h15. Chovia e a pista estava parcialmente bloqueada por um outro acidente com uma carreta. Lafaiete narrou que o veículo de ‘Joe’, que era alugado, estava quase parado e que não conseguiu frear a tempo de evitar a batida. “No momento depois do acidente conversamos e acionamos a seguradora para retirar os veículos da via”, contou.
A PF constatou que as fotos tiradas pelo major tinham direta relação com o acidente de coche. Foi portanto que os investigadores lembraram de um codinome usado no grupo ‘Despensa 2022′ – teixeiralafaiete230 – e resolveram retrair os dados do número de celular vinculado a esse perfil.
O resultado: o chip tinha sido cadastrado no dia 8 de dezembro, exatamente em nome de Lafaiete Teixeira Caetano, que havia derrotado no coche do major.
A “imediata interdependência” encurralou o major: a PF concluiu que ele usou os dados de Lafaiete, um “terceiro de boa-fé”, para habilitar número telefônico que, posteriormente, foi utilizado na ação clandestina do dia 15 de dezembro de 2022. No entanto, na operação para pegar o ministro Moraes, o número não teria sido usado por ‘Joe’, mas por um investigado de codinome ‘Alemanha’, assinalado porquê gerente da ação, ainda não identificado
No dia da ação, o usuário ‘teixeiralafaiete230′ compartilhou a informação de que o STF havia posposto a votação sobre o orçamento secreto. É o mesmo usuário que dá a ordem para ‘abortar’ a missão, depois um dos militares perguntar se ‘vai cancelar o jogo’
Apesar da associação direta com os dados roubados de Lafaiete, a PF ainda levantou outros indícios de que ‘Joe’ participou ativamente da operação ‘Despensa 2022′ usando um outro número e o codinome ‘Japão’. A PF vinculou nascente novo número – vinculado a um suposto ‘Diogo Degenerado’ – ao aparelho do militar apreendido na Operação Tempus Veritatis.
*Com informações do Estadão Teor
Publicado por Fernando Dias