Candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, suspeita de fraude nas eleições da Venezuela
O deputado federalista e candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol-SP), afirmou confiar que há “indícios fortes de fraude na eleição da Venezuela”, realizada em 28 de julho, que reconduziu Nicolás Maduro à presidência.
“Se permanecer um presidente que foi eleito em uma eleição que foi sem transparência, ele não é legítimo. Assim porquê não seria legítimo no Brasil se Bolsonaro tentasse dar um golpe e modificar o resultado da eleição, o que ele tentou. Eu defendo a democracia onde quer que seja”, declarou Boulos, refletindo sobre as acusações de fraude nas eleições venezuelanas.
A asserção de Boulos foi contrastante com a sua posição anterior de suporte à reeleição de Maduro em 2018. Boulos tinha, naquela quadra, enunciado que o governo da Venezuela não era uma ditadura, pois tinha sido eleito. O parlamentar também comparou a situação com o ex-chefe de Estado brasiliano, Michel Temer (MDB), que se tornou presidente posteriormente o impeachment de Dilma Rousseff (PT), argumentando que Temer não havia sido eleito através de votos diretos para governar o país.
“Não vamos misturar alhos com bugalhos, senão a gente confunde quem está assistindo. A opinião que tive foi em uma eleição anterior, tanto é que o Temer era o presidente do Brasil. E o Maduro naquela eleição foi reconhecido porquê presidente eleito, inclusive pelo presidente dos Estados Unidos e do Brasil”, disse Boulos.
A saudação do transmitido do PT que admitiu a vitória de Maduro nas eleições deste ano, Boulos foi evidente: “Não seria razoável comentar uma nota de um partido que não é o meu”. Ele enfatizou que a postura do Psol se baseou na transparência e apoiou a sátira do governo brasiliano em relação ao pleito venezuelano.
Em uma entrevista recente ao podcast O Matéria, do G1, Boulos afirmou que a Venezuela não representa seu “padrão de democracia”. “Se permanecer comprovado que houve fraude nas eleições, e se o governo que praticou a fraude permanecer no poder, logo você não terá mais uma democracia, definitivamente”, comentou o deputado.
A reeleição de Nicolás Maduro foi proclamada pelo Parecer Pátrio Eleitoral da Venezuela em julho deste ano, com 52% dos votos. A oposição contestou o resultado, publicando cópias de mais de 80% das atas de votação, que indicam a vitória do candidato opositor Edmundo González com 67% dos votos. O Parecer Pátrio Eleitoral, por sua vez, alegou que as atas foram falsificadas pela oposição e que o sistema de votação automatizado sofreu um “ataque ciberterrorista”. O Brasil ainda não reconheceu a vitória de Maduro e continua cobrando a publicação das atas pelo órgão eleitoral venezuelano.
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