Bolsonaro recusou proposta para substituir ministro da Resguardo por militar favorável a ruptura institucional, revelam documentos da PF
Documentos obtidos pela Polícia Federalista (PF) revelam que o ex-presidente Jair Bolsonaro recusou, em dezembro de 2022, uma proposta para substituir o portanto ministro da Resguardo, general Paulo Sérgio Nogueira, por outro militar mais favorável a um suposto projecto de ruptura institucional. A teoria foi apresentada por Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Universal da Presidência, recluso recentemente na Operação Contragolpe. A informação foi divulgada pelo site Metrópoles.
A Proposta de Substituição
O pedido de Fernandes foi feito durante os últimos dias do governo Bolsonaro, quando ele expressou insatisfação com a postura do general Paulo Sérgio Nogueira. O ministro teria resistido a estribar articulações que poderiam resultar em um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Fernandes sugeriu que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Resguardo e coligado próximo de Bolsonaro, reassumisse o incumbência para viabilizar o suposto projecto. Porém, Bolsonaro rejeitou a teoria, alegando:
– Ah, não, porra, aí vão alegar que eu tô mudando isso pra dar um golpe.
Diálogos e Investigações
As mensagens que revelaram o incidente foram recuperadas pela PF durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga tentativas de golpe de Estado por secção de aliados do ex-presidente. Nos diálogos, Mario Fernandes também sugere outras estratégias, uma vez que mobilizar esteio popular e substanciar suspeitas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, mas as ações não tiveram avanços concretos.
O Papel de Bolsonaro e das Forças Armadas
A negativa de Bolsonaro para promover a troca no comando da Resguardo reforça as tensões internas vividas nos últimos dias de seu procuração. Apesar das pressões, a postura de Nogueira e das Forças Armadas manteve-se institucional, evitando qualquer envolvimento em ações que desrespeitassem a democracia e a transição de poder.
O incidente evidencia uma partilha dentro do círculo próximo de Bolsonaro sobre uma vez que mourejar com a iminente posse de Lula. Mesmo com um grupo defendendo medidas mais drásticas, o ex-presidente não cedeu à teoria de mudanças que poderiam sugerir um golpe.