O ex-comandante da Marinha Almir Garnier afirmou nesta terça-feira (10) que participou de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em que foi discutida a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para questões de segurança pública. Ele negou que tenha sido discutida uma minuta para tentativa de golpe de Estado.
“Houve a apresentação de alguns tópicos de considerações que poderiam levar, talvez – não foi disposto isso naquele dia –, a decretação de uma GLO ou de necessidades adicionais visando a segurança pública”, afirmou Garnier.
A enunciação aconteceu durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federalista (STF), no contextura do questionário que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado depois as eleições de 2022.
O ex-comandante também afirmou que não foi exibido nenhum documento sobre o ponto e que havia unicamente uma “apresentação na tela de um computador”.
“Quando você fala em minuta, eu penso em documento, em papel que é entregue. Eu não recebi esse tipo de documento”, complementou Garnier.
O ex-comandante da Marinha é o terceiro réu a ser interrogado pelo STF na ação que apura a trama golpista. Garnier, segundo a denúncia da Procuradoria-Universal da República (PGR), foi o único integrante das Forças Armadas a aderir ao projecto de golpe.
O papel de Garnier na trama golpista foi um dos pontos de divergências nos depoimentos dos ex-comandantes do Tropa Freire Gomes e da Aviação Carlos de Almeida Baptista Júnior ao STF nas últimas semanas.
Segundo Baptista Júnior, Garnier teria posto tropas à disposição de Bolsonaro, sinalizando espeque ao golpe. Freire Gomes, no entanto, minimizou o gesto e negou ter interpretado uma vez que conluio, apesar de declarações anteriores à Polícia Federalista indicarem o contrário.
Além do ex-comandante, o STF ouve nesta semana mais sete réus na ação sobre o projecto de golpe. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, foi o primeiro a depor na segunda-feira (9) e afirmou que Bolsonaro recebeu e editou o documento da chamada “minuta do golpe”.
O segundo a ser ouvido foi o deputado federalista Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Escritório Brasileira de Lucidez (Abin). Ele negou que houvesse um grupo de trabalho que abordasse as urnas eletrônicas utilizadas no sistema eleitoral.
Depois de Garnier, deverão ser ouvidos os seguintes réus, nesta ordem:
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Resguardo; e
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Resguardo e vice de Bolsonaro na eleição em 2022.
Nascente/Créditos: CNN
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