O senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez duras críticas à ministra do Meio Envolvente, Marina Silva, depois sua participação conturbada em audiência da Percentagem de Infraestrutura (CI) do Senado. O parlamentar amazonense lamentou não ter tido a oportunidade de debater diretamente com a ministra sobre a valor da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), considerada vital para o estado do Amazonas.
Segundo Plínio, Marina deixou a audiência depois um desentendimento e, com isso, evitou discutir um tema que, segundo ele, afeta profundamente a vida da população amazônida. “Nós precisamos, sim, dessa estrada. Na covid, morreram milhares de pessoas. Víamos caminhões transportando oxigênio atolados na BR-319. Agora, na enxurro, ela funciona atolando. Vai vir a seca, os rios não serão mais navegáveis e não temos essa estrada”, desabafou.
O senador também contestou o argumento de que a pavimentação da rodovia não seria economicamente viável. Ele citou dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que apontam que, em 2023, R$ 127,5 bilhões em mercadorias incentivadas circularam pela Zona Franca, sendo R$ 41,9 bilhões unicamente em produtos nacionais. Para Plínio, esse volume justifica plenamente o investimento na infraestrutura rodoviária da região.
Plínio ainda criticou o que considera uma incoerência do governo Lula na emprego de critérios ambientais. Ele comparou a resistência ao asfaltamento da BR-319 com a autorização para a derrubada de 13 quilômetros de floresta no Pará, para a construção de uma pista de entrada às instalações da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá em Belém, em novembro.
“Manaus é a única capital no planeta com mais de 2 milhões de habitantes que não é ligada por asfalto a outra cidade. Por que [no Pará] se pode destruir uma floresta de 13 km para fazer pista para que os donos de jatos possam trafegar da sede para os seus hotéis na COP 30? Ninguém diz zero. Por que só a gente?”, questionou.
O incidente amplia a tensão entre o governo federalista e parlamentares da região Setentrião, que há anos reivindicam a pavimentação da BR-319 porquê importante para a integração regional, segurança logística e desenvolvimento econômico da Amazônia. Até o momento, o Ministério do Meio Envolvente não se pronunciou oficialmente sobre as críticas feitas pelo senador.
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