Na sinuosa estrada da política em Brasília, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu fazer um retorno estratégico. Depois de perceber que seria impossível bloquear a geração da Percentagem Parlamentar Mista de Sindicância (CPMI) para investigar fraudes no INSS, a base governista mudou de marcha: agora quer assumir o volante e controlar a direção da percentagem.
Com mais de 250 assinaturas e escora consolidado de um terço da Câmara e do Senado — exigência mínima para a instalação de uma CPMI —, o Planalto abandonou o projecto de pressionar parlamentares para retirar apoios. A mudança de rota foi confirmada depois o presidente do Congresso Vernáculo, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), sinalizar que não haveria uma vez que frear o processo.
Novidade estratégia: controlar para sustar
O novo objetivo do governo é evidente: prometer os postos-chave da percentagem — principalmente a presidência e, ainda mais importante, a relatoria. O nome ventilado para relatar a CPMI é o da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que tem bom trânsito entre diferentes alas do Congresso e é vista uma vez que figura técnica e moderada, capaz de manter o foco no teor da investigação e não em disputas ideológicas.
O líder do PT no Senado, Rogério Roble (SE), afirmou que o partido participará ativamente da CPMI, mas com foco em responsabilização concreta, e não em varanda eleitoral.
“Não uma CPI para disputa política, mas para investigar e botar na enxovia quem roubou os aposentados e pensionistas do INSS”, declarou durante audiência com o ministro da Previdência, Wolney Queiroz.
Governo tenta evitar novo desgaste
O Planalto sabe que a CPI carrega potencial explosivo, mormente em meio a uma agenda econômica sensível e ao desgaste com as pautas sociais. Transformar a percentagem em espaço de confronto direto com a oposição poderia se tornar um novo foco de crise. A aposta agora é em “encaminhar a narrativa” e evitar que a percentagem sirva de combustível para ataques ao Executivo.
Mas a oposição enxerga a manobra com ceticismo. O senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos autores do pedido de geração da CPMI, alertou para o risco de a percentagem ser esvaziada.
“Só espero que não sabotem, uma vez que na CPMI do dia 8 de janeiro, quando tomaram a presidência e impediram a quebra de sigilos e outras ações importantes”, disse Girão.
Alerta no retrovisor: Janela para acusações ao governo anterior
Nos bastidores, aliados de Lula também consideram uma risca de resguardo que aponte falhas ou omissões da gestão anterior, sob Jair Bolsonaro. A teoria é mostrar que segmento das fraudes no INSS começou ou se intensificou antes de 2023, o que pode ajudar a diluir o impacto político da percentagem sobre o governo atual.
Essa possibilidade irrita parlamentares de oposição, que acusam o governo de querer transformar a percentagem em um varanda para reescrever responsabilidades.
Riscos e dilemas
Apesar do esforço de controle, a geração da CPMI ainda é vista com cautela dentro do Executivo. O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que não é contra a investigação, mas teme impactos sobre os esforços atuais de ressarcimento às vítimas e de reformulação dos sistemas internos.
“Temo que a investigação parlamentar possa atrapalhar as apurações em curso ou atrasar o ressarcimento das vítimas”, declarou.
A percentagem só será instalada depois a leitura do requerimento em sessão conjunta marcada para 27 de maio. Mas o presidente do Congresso pode, se desejar, protrair essa sessão — o que também é interpretado uma vez que segmento da estratégia do governo para lucrar tempo e organizar sua tropa.
Desenlace: controle ou colisão?
O caso revela uma vez que, em política, o melhor caminho nem sempre é o confronto direto. Ao tentar transformar uma prenúncio em oportunidade, o governo Lula procura transpor do banco do passageiro para o lugar de motorista — mesmo em uma estrada esburacada. O sucesso da manobra dependerá da habilidade em conduzir a narrativa sem perder credibilidade, mormente diante de um tema sensível uma vez que fraudes que afetam aposentados e pensionistas.
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