Mesmo com a pressão contrária do Palácio do Planalto, deputados e senadores de partidos com ministérios na Esplanada deram mais da metade das assinaturas para a geração da Percentagem Parlamentar Mista de Questionário (CPMI) para investigar as fraudes no Instituto Vernáculo do Seguro Social (INSS). Das 259 assinaturas, 133 são de parlamentares de partidos ministeriáveis.
As assinaturas de deputados e senadores do União Brasil, MDB, PSD, Republicanos e Progressistas já eram esperadas, já que os partidos se dividem entre base e oposição no Congresso Vernáculo. A surpresa ficou por conta do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, que deu ao menos seis apoios ao texto.
Uma das assinaturas é da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que chegou a ser cotada para assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia. Outros quatro deputados da legenda e o senador Flávio Arns (PSB-PR) também assinaram a lista. Além da vice-presidência e do Ministério da Indústria com Alckmin, a legenda tem o Ministério do Empreendedorismo, sob o comando de Márcio França.
Entre os partidos com ministérios no Planalto, o União Brasil foi o que mais colaborou com assinaturas para a CPMI. O partido que tem o Ministério do Turismo, com Celso Sabino, entregou 39 escora à percentagem. A legenda tinha o Ministério das Comunicações, mas, posteriormente a destituição de Juscelino Rebento, a indicação passou a ser exclusiva do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O Progressistas, que tem o André Fufuca no Ministério dos Esportes, contou com 29 parlamentares favoráveis ao colegiado. Entre eles está Ciro Nogueira (PI), presidente da legenda, que é um dos líderes da oposição ao governo Lula.
Republicanos, representado por Silvio Costa Rebento no Ministério de Portos e Aeroportos, deu 24 assinaturas, incluindo a do presidente da legenda, deputado Marcos Pereira (SP), enquanto o PSD, com três ministérios (Minas e Vigor, Pesca e Lavra) colaborou com 20 parlamentares. Já o MDB, também com três ministérios (Transportes, Cidades e Planejamento), entregou 15 assinaturas.
A CPMI do INSS
O pedido de geração da CPMI já era esperado há semanas nos bastidores, mesmo com a resistência interna de pares do Centrão e do Palácio do Planalto. A oposição tem pressionado a instalação do colegiado para tentar grudar os desvios de valores dos aposentados no governo petista.
No termo de março, a Controladoria-Universal da União (CGU) e a Polícia Federalista deflagraram uma operação que mirava a subida cúpula do INSS por suspeita de descontos indevidos nas aposentadorias de beneficiários da entidade. De congraçamento com as investigações, associações ligadas ao instituto descontaram valores sem a autorização dos aposentados.
Na ocasião, seis servidores do INSS foram afastados, incluindo o logo presidente da entidade, Alessandro Stefanutto, destituído posteriormente a operação. O valor totalidade dos desvios chegam a marca de R$ 6,3 bilhões e teriam começado em 2016, no governo Michel Temer (MDB).
Bolsonaristas pressionam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para obedecer a geração da CPMI na próxima sessão do Congresso Vernáculo. Entretanto, Alcolumbre segue a risca do Palácio do Planalto e tende a engavetar o pedido.
Além da CPMI no Congresso, deputados forçam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a admitir a geração de uma CPI na Morada. Motta também tenta segurar o progressão nos bastidores e afirma que tem ao menos 12 pedidos na frente.
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