A Petrobras registrou nesta sexta-feira (11) seu pior desempenho na bolsa de valores em dois anos, com as ações da estatal negociadas a pouco mais de R$ 30 — nível que não era visto desde 2023. O trambolhão ocorre em meio a uma possante pressão internacional sobre o setor de vigor, agravada pela queda nos preços do petróleo.
Na quinta-feira (10), os papéis da empresa já haviam recuado 6,5%, e voltaram a desabar 1% nesta sexta, acentuando o mau momento da companhia no mercado financeiro.
Petróleo em queda e cenário global de recessão
O petróleo tipo brent, referência internacional para os contratos da Petrobras, despencou para US$ 63 por barril, um dos menores patamares desde a crise de 2020. A desvalorização se deve a fatores porquê:
- A política de tarifas de importação adotada pelo presidente dos EUA, Donald Trump;
- O aumento das tensões comerciais globais;
- E o temor crescente de uma recessão mundial, que pode reduzir drasticamente a demanda por combustíveis fósseis nos próximos meses.
A combinação desses fatores formou um envolvente de subida volatilidade e risco, mormente para empresas que dependem do valor internacional do petróleo para sustentar margens de lucro e programas de investimentos.
Preço da gasolina supera paridade internacional
O cenário também repercute no mercado interno. Segundo dados do setor, os preços da gasolina no Brasil estão 7% supra da paridade internacional, o que representa tapume de R$ 0,20 por litro. Essa defasagem amplia a pressão sobre a Petrobras, que pode ser forçada a reduzir os preços para manter competitividade, impactando ainda mais sua receita.
Incertezas sobre dividendos acentuam pessimismo
A possibilidade de uma retração no pagamento de dividendos extraordinários é outro fator que preocupa os investidores. Embora a Petrobras mantenha o endividamento sob controle, a expectativa de menor receita no porvir próximo, com a cotação do brent em queda, pode levar a uma política mais conservadora na distribuição de lucros.
leia também
“Colocamos cá em questão a possibilidade de um cenário mais restritivo para a distribuição de dividendos extraordinários. Apesar do endividamento da empresa razoavelmente sob controle, o preço porvir esperado no brent é um dos fatores que acabam por embasar a decisão de distribuição”, escreveram os analistas da Genial Investimentos em relatório enviado a clientes.
Com isso, a Petrobras entra em um período de possante instabilidade, com impactos diretos tanto sobre seus acionistas quanto sobre o próprio mercado financeiro pátrio, que monitora de perto os rumos da maior estatal do país.
https://agoranoticiasbrasil.com.br/2025/04/petrobras-atinge-menor-valor-de-mercado-em-dois-anos-e-acende-sinal-de-alerta-na-bolsa/ / Nascente/Créditos -> Agora Noticias Brasil