O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em 29 de março de 2025, que pretende registrar sua candidatura à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2026, apesar de estar inelegível até 2030 por decisão do TSE em 2023, que o condenou por desfeita de poder político e uso indevido dos meios de informação. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele declarou: “Do PL, devidamente autorizado pelo Valdemar [Costa Neto], o candidato sou eu!” e pediu: “Me compara com o Lula não, por obséquio”, rejeitando paralelos com a tentativa de Lula de concorrer em 2018, quando também estava inelegível.
Bolsonaro argumentou que suas inelegibilidades, decorrentes de reuniões com embaixadores e discursos no 7 de Setembro de 2022, são injustas e carecem de fundamento, chamando o TSE de “tribunal político”. Ele disse que vai “até o último momento” buscar disputar o pleito e descartou um “projecto B”, porquê estribar outro nome do PL, insistindo que só indicaria um substituto “depois de morto”. A estratégia repete o que Lula fez em 2018, quando registrou candidatura mesmo sentenciado, mas foi barrado pela Lei da Ficha Limpa.
A enunciação foi feita depois a Primeira Turma do STF torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado em 25 de março de 2025, com base em denúncia da Procuradoria-Universal da República (PGR). Bolsonaro comparou seu caso ao de Donald Trump, alegando perseguição política, e disse que o Judiciário brasiliano age rápido para neutralizá-lo, enquanto o processo de Trump nos EUA levou anos. Ele negou intenções golpistas, afirmando que discussões sobre medidas porquê estado de sítio foram somente constitucionais e descartadas.
A possibilidade de registro existe, pois qualquer candidato pode subordinar sua candidatura ao TSE até 15 de agosto de 2026, mas especialistas consideram improvável que seja deferida, oferecido o precedente de Lula em 2018 e a atual inelegibilidade de Bolsonaro. O trâmite no TSE levaria tapume de três semanas, permitindo campanha temporária até o plenário rejeitar o pedido, porquê prevê o ex-ministro Henrique Neves. Bolsonaro, porém, mantém a postura de repto, buscando manter relevância política no PL e entre seus apoiadores.
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