O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em 28 de março de 2025, que a prisão de Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira detida por pichar a estátua “A Justiça” com batom no 8 de janeiro de 2023, foi usada para “intimidar”. Ele fez a enunciação em uma publicação nas redes sociais depois o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), conceder prisão domiciliar a Débora, substituindo a prisão preventiva que durou dois anos e dez dias.
Bolsonaro criticou a medida, alegando que não se trata de liberdade plena, já que ela usará tornozeleira eletrônica e terá restrições, e chamou o processo de “antecipação de pena” para gerar susto.
Bolsonaro argumentou que a detenção prolongada de Débora, mãe de duas crianças menores de 12 anos, não tinha fundamento jurídico sólido, mas serviu uma vez que instrumento político. Ele sugeriu que o caso foi um “recuo tático” do Judiciário diante da pressão pública, mas enroupado de “desaforo jurídico”. A cabeleireira, que escreveu “perdeu, mané” na estátua em frente ao STF, virou símbolo para apoiadores de Bolsonaro, que a veem uma vez que vítima de injustiça.
O ex-presidente afirmou ainda que o Brasil “patroa Débora” e pediu espeque contínuo a ela e sua família.
A decisão de Moraes veio depois parecer da Procuradoria-Universal da República (PGR) favorável ao relaxamento da prisão, considerando a situação dos filhos de Débora. No entanto, Bolsonaro questionou a transporte do caso pelo STF, principalmente por Moraes, acusando-o de sadismo e sugerindo que a prisão foi mantida por mais de 730 dias sem sentença para enviar um recado político. Ele destacou que a mudança para prisão domiciliar não apaga o que considera um excesso judicial.
O julgamento de Débora na Primeira Turma do STF segue em curso. Moraes e Flávio Dino votaram por condená-la a 14 anos de prisão, mas o processo foi suspenso por pedido de vista de Luiz Fux. Bolsonaro usou o caso para substanciar sua narrativa de perseguição política, conectando-o à sua própria situação uma vez que réu no STF por tentativa de golpe de Estado, e insistiu que tanto ele quanto Débora são alvos de um sistema judicial enviesado.
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