A Anvisa (Escritório Pátrio de Vigilância Sanitária) determinou a interdição das pastas dentais Colgate Clean Mint depois relatos de “eventos adversos” com o uso do resultado. A decisão foi publicada na quarta-feira, 26, no Quotidiano Solene da União.
O prazo de interdição é de 90 dias, com possibilidade de apresentação de recursos pela trabalhador. A revista IstoÉ procurou a Colgate para obter um posicionamento sobre a interdição, mas não teve retorno até a publicação desta notícia. O espaço segue acessível à sintoma.
Problemas no uso
De concórdia com a Escritório Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre 1º de janeiro e 19 de março de 2025, foram registradas oito notificações envolvendo 13 casos de eventos adversos relacionados ao uso de cremes dentais da marca. Os principais sintomas relatados são: inchaço (amígdalas, lábios e mucosa verbal), sensação de ardência, dormência nos lábios e na boca, boca seca, gengiva irritada e vermelhidão.
Em nota, a empresa afirma que o fluoreto de estanho é seguro, eficiente e amplamente usado em cremes dentais ao volta do mundo. A Colgate diz também que “a novidade fórmula é o resultado de mais de uma dezena de pesquisa e desenvolvimento e testes extensivos com consumidores, inclusive no Brasil” e que os produtos e ingredientes “passam por testes rigorosos e são aprovados por agências regulatórias em todo o mundo”.
A empresa reconhece, porém, que “uma pequena minoria das pessoas pode apresentar sensibilidade a determinados ingredientes – uma vez que fluoreto de estanho, corantes ou sabores”. Nessas situações, ela recomenda que os consumidores parem de usar o resultado. Com a interrupção, “qualquer reação relacionada a ele cessará”, diz a Colgate.
Uma das clientes impactadas foi Alina Dourado, de 30 anos. Ela usava a Colgate Totalidade 12 há anos, mas a partir de dezembro de 2024 começou a utilizar o novo padrão. Logo depois a troca, começaram a desabrochar sintomas. “No início de janeiro, eu observei uma afta no freio da língua e, com o passar dos dias, foram aparecendo outras em volta. A região aquém da língua ficou muito inchada, a ponto de prejudicar minha fala”, conta.
Alina procurou profissionais de saúde. Eles chegaram a vacilar que pudesse ser candidíase verbal, conhecida popularmente uma vez que “sapinho”, ou que houvesse relação com intolerância à lactose. “Procurei um galeno universal e fui encaminhada ao infectologista. Fizemos todos os exames laboratoriais e deram todos normais”.
Uma vez que última medida, ela decidiu trocar a pasta de dente no último sábado, 15. “A sensibilidade sumiu no mesmo dia. As lesões foram sumindo”, destaca. “Cheguei a perder peso, imaginei que estava com alguma exigência de saúde mais grave”.
Aline Laignier, dentista especializada em odontopediatria e ortodontia, ressalta que a alergia não acomete a todos e pode se manifestar de diferentes maneiras, incluindo ardência, aftas e inchaços na gengiva.
“Mas é importante ressaltar que outros componentes das pastas também podem originar alergias. Pode ser um saborizante ou um detergente. Alguns pacientes vão ter as reações até mesmo com outras pastas, não é só o fluoreto de estanho que pode originar isso”, diz.
Em nota, o Recomendação Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) destaca que as reações adversas a pastas de dentes cessam logo depois a interrupção do uso. “Sendo assim, se um consumidor apresentar reações bucais de sensibilidade a qualquer dentifrício que esteja usando pela primeira vez, deve imediatamente interromper o uso e buscar um outro resultado”, orienta.
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