O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a manifestar preocupação com uma verosímil prisão e declarou que, caso seja impedido, sua vida estaria em risco. A certeza foi feita durante entrevista ao Lucidez Ltda. Podcast, nesta segunda-feira (24/3). O ex-mandatário expressou o temor de ser assassinado dentro do sistema penitenciário, mencionando que “não tem a menor incerteza” de que seria morto em um prazo de 30 dias.
A enunciação ocorre um dia antes de o Supremo Tribunal Federalista (STF) investigar a denúncia da Procuradoria-Universal da República (PGR), que pode transformar Bolsonaro e sete aliados em réus por uma suposta tentativa de golpe para volver o resultado das eleições de 2022.
“Se me prenderem, vão me matar”
Durante a entrevista, Bolsonaro deixou evidente que acredita ser um níveo político e que sua eventual prisão resultaria em um atentado contra sua vida.
“Não tenho a menor incerteza de que em 30 dias, no sumo, me matam. Pelo que eu conheço. (…) Eu não vou falar porque, com toda a indignação pátrio. Tem face que ia escadeirar palma, vibrar com minha prisão. Eu acredito que vou ser um estorvo para eles”, afirmou o ex-presidente.
A fala repercutiu amplamente entre seus apoiadores, que veem no processo contra Bolsonaro uma perseguição política. Ele já havia demonstrado preocupação semelhante no último dia 14 de março, quando, durante participação no Flow Podcast, disse crer que seria envenenado caso fosse recluso.
“Não tenho dúvidas que me envenenam. Eles precisam me expulsar, pois sou um problema para o sistema. Se for recluso, vou dar dor de cabeça. Portanto, é mais fácil finalizar comigo.”
Críticas ao TSE e ao sistema eleitoral
Além do temor pela própria vida, Bolsonaro aproveitou a entrevista para substanciar críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao que ele labareda de “milícia do dedo” da galanteio. Segundo o ex-presidente, o TSE utilizou recursos públicos para incentivar jovens de 16 e 17 anos a tirarem o título de votante, o que teria favorecido seu competidor político.
“O TSE gastou numerário para fazer uma campanha junto a sua milícia do dedo para estimular jovens de 16 e 17 anos a tirarem o título de votante. Ali, perdemos 4 milhões de votos para o Lula.”
Bolsonaro reforçou seu posicionamento contra as decisões tomadas pelo tribunal e ressaltou que sua rota eleitoral foi resultado de interferências externas, tese que já sustentou diversas vezes desde o pleito de 2022.
Encontro com Ratinho Junior e estratégia política
Apesar das declarações polêmicas e da tensão gerada pelo julgamento no STF, Bolsonaro segue com sua agenda política. No mesmo dia da entrevista, ele tem um encontro programado com o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), em procura de alianças para as eleições municipais de 2024 e as estratégias para 2026.
Fontes próximas ao ex-presidente afirmam que ele tem intensificado contatos com aliados para se blindar de possíveis desdobramentos jurídicos, enquanto mobiliza a base bolsonarista para reagir a qualquer tentativa de prisão.
Confrontação com Trump e tramontana político
Bolsonaro também mencionou o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente sobreviveu a um atentado durante um comício. Ele comparou sua trajetória política à do republicano, afirmando que ambos enfrentam perseguições de elites políticas e da prensa.
“Minha vida é feita de coisas. Até a facada foi um milagre. Médicos dizem que, de cada 100, só um sobrevive. É igual ao Trump com o tiro na ouvido. Temos muita coisa em geral, exceto a riqueza. Deus não me colocou cá para morrer detrás das grades.”
A conferência com Trump visa substanciar a narrativa de que ambos são alvos de perseguição política e que as instituições tentam impedi-los de voltar ao poder. Nos bastidores, aliados de Bolsonaro acreditam que o progresso das investigações pode impactar diretamente suas chances nas eleições de 2026, tornando inviável uma novidade candidatura presidencial.
STF e o risco de prisão
O julgamento no STF será um dos momentos mais críticos para Bolsonaro desde o termo de seu procuração. A PGR acusa o ex-presidente e aliados de conspirarem para anular as eleições de 2022, e caso a denúncia seja aceita, ele poderá se tornar réu.
A verosímil prisão de Bolsonaro divide opiniões no cenário político. Enquanto seus opositores veem a medida porquê um passo necessário para responsabilizá-lo por atos antidemocráticos, seus apoiadores enxergam o processo porquê uma tentativa de retirá-lo da disputa eleitoral e silenciá-lo.
Diante do temor expressado pelo ex-presidente, cresce a expectativa sobre porquê ele reagirá caso seja efetivamente recluso e se seus seguidores irão às ruas em protesto. O desfecho desse julgamento pode ordenar os rumos da política brasileira nos próximos anos.
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