O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), responsabilizou o ex-presidente do Banco Meão Roberto Campos Neto pela novidade subida na taxa Selic, anunciada nesta quarta-feira (19/3). De concórdia com Farias, o aumento é resultado de decisões tomadas durante a gestão de Campos Neto, que presidiu a instituição até dezembro de 2022, posteriormente ser indicado por Jair Bolsonaro (PL). Leste aumento de 1% na Selic é o segundo desde a chegada de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Meão, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Farias explicou que a decisão de Campos Neto, tomada em dezembro de 2022, deixou a taxa Selic “pré-fixada” para dois aumentos de 1% cada. Ele afirmou que isso acabou amarrando as decisões do atual governo, que não teria mais flexibilidade para evitar a subida.
“Entendemos que a decisão de dezembro, tomada por Roberto Campos Neto, já deixou pré-fixado dois aumentos de 1% na Selic. Esse guidance deixou atado o BC”, disse o líder do PT, ao criticar a gestão anterior do Banco Meão.
Além de atribuir a culpa à gestão de Campos Neto, Lindbergh Farias considerou a atual política monetária um “equívoco”, com sérios impactos na economia e na questão fiscal do Brasil. Para ele, o aumento da Selic piora a situação fiscal do país, principalmente no que se refere aos gastos com juros da dívida pública.
“Cada 1% a mais na taxa básica de juros gera um aumento de gastos com juros da dívida de um pouco em torno de R$ 50 bilhões”, afirmou Farias, ressaltando o impacto negativo dessa política para as finanças públicas. Ele também criticou a postura do mercado, que, segundo ele, defende ajustes fiscais enquanto pressiona por uma política monetária que agrava o rombo nas contas públicas.
Lindbergh também apontou que, no último trimestre de 2024, houve uma desaceleração econômica, com uma redução de 1 ponto percentual no consumo das famílias. Ele defendeu a premência urgente de uma revisão na política monetária, destacando a valia de iniciar uma trajetória consistente de queda nos juros para estimular a economia.
A Selic, taxa básica de juros do Brasil, tem grande influência sobre a economia, determinando o dispêndio do crédito no país. O governo Lula defende uma redução da Selic para facilitar o pagamento da dívida pública e estimular investimentos, o que ajudaria a aquecer a atividade econômica e impulsionar o desenvolvimento.
A discussão sobre a política monetária segue sendo um ponto de tensão no governo, com divergências sobre a melhor forma de lastrar o controle da inflação, o incentivo ao desenvolvimento econômico e a gestão da dívida pública.
Compartilhe nas redes sociais
https://partidobrasiloficial.com.br/2025/03/19/lider-do-pt-culpa-campos-neto-por-nova-alta-na-selic/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=lider-do-pt-culpa-campos-neto-por-nova-alta-na-selic / Manancial/Créditos -> Partido Brasil Solene