O Silêncio que Intriga
Em um movimento inesperado, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu ignorar o prazo estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes para se manifestar sobre a provável inquietação do passaporte do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A atitude, que foge do padrão habitual de submissão institucional, levanta questionamentos: estaria Gonet desafiando Moraes ou somente seguindo um roteiro previamente combinado?
De contrato com informações divulgadas pelo jornalista Igor Gadelha, Gonet justificou sua decisão afirmando que está priorizando outros casos considerados por ele uma vez que “urgentes”. No entanto, críticos veem essa justificativa com suspeição, considerando-a uma mera cortinado de fumaça para encobrir um projecto maior.
O próprio Eduardo Bolsonaro ironizou o delongado da PGR:
“É sensação minha ou já se passaram os 5 dias que Moraes deu de prazo para o PGR responder se o regime vai ou não apreender meu passaporte? Estranho… o que eles estão esperando? Pois eu não posso crer que o PGR está desrespeitando um prazo do Todo Poderoso. Concordam?”
O que poderia explicar essa atitude incomum de Gonet? Seria uma estratégia de contenção de danos ou um meneamento modesto à fileira conservadora que o vê uma vez que mais um agente da suposta perseguição política no Brasil?
Um Tabuleiro de Movimentos Calculados
O que labareda atenção nesse impasse é que a decisão de Gonet pode ter consequências que vão além do simples descumprimento de um prazo. Caso a medida seja implementada antes do retorno de Eduardo Bolsonaro ao Brasil, ele poderá usar a situação para substanciar sua narrativa de perseguição política em tribunais internacionais e na mídia estrangeira.
Especialistas jurídicos analisam que a vagar na resposta da PGR pode ser uma tática para evitar uma exposição negativa do sistema judiciário brasiliano. Se Eduardo Bolsonaro permanecer no exterior enquanto a medida for decretada, ele poderá mobilizar aliados e levantar suspeitas sobre a imparcialidade da justiça no Brasil.
Outrossim, há outra hipótese inquietante: a possibilidade de um contrato sombrio entre Gonet e Moraes para que a decisão seja aplicada somente no momento mais oportuno para evitar repercussões indesejadas. Dessa forma, o impacto político e midiático poderia ser minimizado.
Entre a Rebelião e a Conivência
A aparente “rebelião” de Gonet abre margens para diversas interpretações. Enquanto alguns veem no ato uma resistência velada contra o que consideram abusos do Supremo Tribunal Federalista, outros acreditam que tudo não passa de um jogo de conveniências. Enfim, uma vez que poderia um PGR desafiar uma ordem de Moraes sem tolerar retaliações?
A vagar estratégica pode ser um sinal de que há articulações nos bastidores para impedir que Eduardo Bolsonaro ganhe visibilidade com a situação. Se a PGR tomasse uma decisão precipitada, o deputado poderia transformar o caso em um grande espetáculo político. Assim, ao retardar o processo, Gonet estaria, na prática, ajudando a manter o controle da narrativa.
Por outro lado, há a possibilidade de que a resistência de Gonet seja um indicativo de rachaduras internas dentro das instituições. Teria ele percebido que o cerco contra a fileira conservadora pode estar ultrapassando os limites constitucionais? Ou estaria somente cumprindo uma estratégia coordenada para que a medida seja aplicada no momento mais profíquo?
O Próximo Movimento
A tensão nos bastidores continua crescendo, e a questão que permanece no ar é: qual será o próximo passo? Se Gonet seguir protelando a decisão, poderá tolerar pressão direta de Moraes e do próprio STF. Por outro lado, se cumprir a ordem de subitâneo, Eduardo Bolsonaro poderá usar isso uma vez que evidência de uma perseguição sistemática.
O tabuleiro está montado, e cada jogador parece estar calculando cuidadosamente seus próximos movimentos. Resta saber quem fará o xeque-mate: o sistema que procura impor sua domínio ou os que desafiam suas decisões e tentam expor suas fragilidades?
Nos próximos dias, os desdobramentos dessa história poderão revelar mais do que simples questões burocráticas. Eles podem expor uma guerra de poder que se desenrola longe dos olhos do público, mas que tem o potencial de mudar os rumos políticos do Brasil.
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