A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 28 de fevereiro de 2025, gerou uma reação negativa no mercado financeiro brasílio. Depois o transmitido solene da Secretaria de Notícia Social da Presidência (Secom), que confirmou a substituição de Alexandre Padilha por Gleisi no missão, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o dia em queda de 1,60%, fechando em 122.799 pontos. Simultaneamente, o dólar mercantil subiu murado de 1%, alcançando R$ 5,91, refletindo um aumento da percepção de risco entre investidores.
A escolha de Gleisi Hoffmann, presidente pátrio do PT e figura conhecida por sua postura combativa e alinhamento à esquerda do partido, foi interpretada uma vez que um fortalecimento do núcleo petista no governo Lula. Analistas apontam que isso gerou preocupações quanto à capacidade de pronunciação política com o Congresso Vernáculo, mormente com partidos do Centrão, que esperavam um nome mais conciliador para o posto. A SRI é responsável pela interlocução entre o Executivo e o Legislativo, e a percepção é de que Gleisi pode enfrentar resistências devido a embates passados com parlamentares e sua sátira histórica a medidas de ajuste fiscal defendidas pelo ministro da Quinta, Fernando Haddad.
A instabilidade no mercado foi agravada por fatores externos, uma vez que o bate-boca entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky em Washington no mesmo dia, que elevou a aversão ao risco globalmente. No entanto, a nomeação de Gleisi foi um catalisador doméstico significativo. As taxas de juros futuros, uma vez que o contrato de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026, subiram de 14,808% para 14,980%, enquanto o DI para janeiro de 2029 avançou de 14,727% para 15,045%, indicando expectativas de maior incerteza econômica no pequeno e médio prazo.
O governo Lula justificou a escolha destacando a experiência de Gleisi uma vez que ex-ministra da Lar Social no governo Dilma Rousseff e sua atuação na campanha de 2022, sugerindo que ela trará robustez à pronunciação política. Apesar disso, a carência de um perfil mais neutro ou de núcleo na SRI foi vista uma vez que um sinal de que o governo priorizará sua base ideológica em detrimento de uma coalizão ampla, o que pode complicar a aprovação de pautas econômicas no Congresso.
A reação negativa do mercado reflete, portanto, um receio de que a nomeação dificulte a governabilidade em um momento de desafios fiscais e de baixa popularidade do governo. A posse de Gleisi está marcada para 10 de março de 2025, e os próximos dias, posteriormente o feriado de Carnaval, serão cruciais para calcular se o impacto inicial se consolidará ou se ajustes na postura da novidade ministra смогут mitigar as tensões com investidores e parlamentares.
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