O Supremo Tribunal Federalista (STF) anunciou que não divulgará os vídeos dos depoimentos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
A decisão ocorre um dia depois o ministro Alexandre de Moraes retirar o sigilo da delação, pouco depois da Procuradoria-Universal da República (PGR) denunciar Bolsonaro e outros 33 aliados sob a querela de tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
Segundo o STF, as gravações das oitivas de Cid serão liberadas exclusivamente para o Ministério Público e as defesas dos denunciados. O tribunal justificou a restrição alegando “questão de privacidade e segurança dos servidores e juízes auxiliares”. Aliás, o gabinete de Alexandre de Moraes informou que o material não será divulgado publicamente, nem mesmo com edições para preservar a identidade dos envolvidos.
A decisão levanta questionamentos sobre transparência e entrada público às provas, principalmente depois a retirada do sigilo da delação, que já havia sido antecipada por veículos de prelo.
A decisão do STF gerou críticas, incluindo de um ex-procurador da Lava Jato, que questionou a falta de transparência e comparou o caso com a operação que investigou prevaricação na Petrobras: “A sociedade brasileira inteira TEM DIREITO a presenciar cada segundo dos depoimentos de Cid e confrontar o vídeo com os termos escritos. A prelo tem recta de investigar e tapar essa delação. As defesas têm recta a apresentar as imagens à sociedade de tratado com suas próprias estratégias em contraposição à querela.”
Ele também comparou a postura do STF com a da Lava Jato, ressaltando que, na estação, todos os depoimentos públicos estavam disponíveis na internet para qualquer pessoa presenciar:
“Você lembra porquê era na Lava Jato? Todos os depoimentos públicos, disponíveis, pra quem quisesse ver com um clique do mouse na internet. Nunca se deixou zero em sigilo porquê se faz hoje no Supremo. Tá tudo disponível online até hoje pra quem quiser ver.”
A decisão do STF de manter os vídeos sob sigilo levanta debates sobre a transparência do processo e o recta da população de seguir as provas contra os acusados.
O STF anunciou que não vai propalar os vídeos dos depoimentos da delação premiada de Mauro Cid ao público “por questão de privacidade e segurança dos servidores e juízes auxiliares”.
Em um mar de absurdos, isso cá é verdadeiramente inadmissível. A justificativa do STF é balela… https://t.co/DfWHcgTiOL pic.twitter.com/DEDMLdSKEv
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) February 19, 2025
https://www.jornalbrasilonline.com.br/2025/02/stf-decide-nao-divulgar-videos-da.html/Natividade/Créditos -> JORNAL BRASIL ONLINE