O ministro da Controladoria-Universal da União (CGU), Vinicius Marques de Roble, minimizou a relevância do ranking de prevaricação, chamando-o de “conversa de boteco”. Em resposta, o senador Sergio Moro (União-PR) rebateu a fala do integrante do governo, sugerindo que ele “fale menos e trabalhe mais”.
O ministro questionou os critérios do Índice de Percepção da Depravação (IPC) de 2024, que posiciona o Brasil em 107º lugar entre 180 países.
Em publicação no X (velho Twitter), Moro classificou a enunciação de Roble porquê “desqualificada” e afirmou que ela reflete a postura de um governo que, segundo ele, “enfraqueceu o combate e a prevenção à prevaricação” no Brasil.
“O ranking é reconhecido globalmente porquê o principal indicador do nível de prevaricação de um país […] Lula conseguiu colocar o Brasil na 107ª posição entre 189 países, detrás da Argentina, Colômbia, Etiópia, Senegal, Cuba e Cazaquistão, entre outros. Minha sugestão ao ministro: tenha mais humildade, fale menos e vá trabalhar”, escreveu.
O relatório da Transparência Internacional, divulgado nesta terça-feira (11), revela que o Brasil está empatado com Argélia, Malaui, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia. Essa é a pior colocação do País desde o início da série histórica, em 2012.
Em entrevista à GloboNews, o dirigente da CGU criticou a metodologia do estudo e comparou-o a uma “conversa de bar”.
“A Transparência expressar que a percepção da população sobre prevaricação aumenta porque o presidente não fala disso. De onde tiraram? O que tem de sério? É uma reciprocidade, não tem causalidade, não tem zero, é conversa de boteco”, afirmou.
O IPC indicou que um dos fatores que contribuem para o aumento da percepção da prevaricação é a carência de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema.
Já Roble alegou que o ranking se baseou exclusivamente na opinião de empresários e executivos, tratando-se, segundo ele, de uma “pesquisa de opinião”.