Elon Musk, assessor do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em seu perfil na rede social X, a qual é proprietário, que o governo de Joe Biden bancou a vitória de Lula (PT) contra Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022.
A colocação do empresário foi uma resposta ao senador republicano Mike Lee (Utah), que se encontrou com o deputado federalista Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nesta quarta-feira (12).
Em seu perfil, Lee reagiu a uma material informando que Biden financiou uma fraude eleitoral contra Bolsonaro no Brasil, através da Filial dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).
– Se o governo dos EUA tivesse financiado a roteiro de Bolsonaro por Lula, isso te incomodaria? Eu ficaria pálido. Quem está comigo nessa? – disse o senador americano.
Foi aí que Elon Musk o respondeu:
– Muito, o “deep state” dos EUA fez exatamente isso.
A frase utilizada por ele (Estado profundo) é muito generalidade nos EUA para se referir a um governo paralelo, que atua no oculto.
Trump e Musk estão atuando fortemente contra a atuação ilícito que a Usaid e diversas agências do governo teriam praticado.
USAID REPASSOU AO MENOS R$ 267 MILHÕES AO BRASIL EM 2023 E 2024
Dados do governo americano apontam que a Usaid repassou ao menos 44,76 milhões de dólares (R$ 267 milhões, na cotação da quadra da posse de Donald Trump) a ONGs, instituições e projetos no Brasil entre 2023 e 2024. O número, porém, pode ser ainda maior, já que os dados do ano pretérito são parciais.
Segundo informações que constam no site Foreign Assistance (Ajuda Externa, na tradução literal), portal que reúne dados sobre repasses do governo dos EUA para instituições em outros países, os norte-americanos enviaram 20 milhões de dólares (R$ 119,2 milhões) ao Brasil ao longo de 2023, e 24,76 milhões de dólares (R$ 147,8 milhões) no ano pretérito.
AGENDAS COM O TSE
No Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) participou de ao menos dois eventos realizados em 2021 em parceria com Usaid, segundo informações que constam em reportagens publicadas no próprio site da Namoro. O caso gerou bastante polêmica e foi contraditado nas redes sociais.
O primeiro evento, que ocorreu em abril daquele ano, foi o lançamento do chamado Guia de Combate à Desinformação, elaborado pelo Consórcio para Eleições e Fortalecimento do Processo Político (CEPPS), que era supervisionado pela Usaid. Na ocasião, o TSE disse ter participado do estudo “porquê exemplo de trabalho a ser replicado em outros países”.
Em publicação feita no site da Namoro em 11 de maio de 2021, e atualizada em 11 de agosto de 2022, o Tribunal declarou que, “tendo em vista o repto que a desinformação representa à democracia no mundo todo”, estava criando ferramentas e promovendo iniciativas para que as eleições fossem “cada vez mais legítimas, transparentes e seguras”.
Já em dezembro de 2021, o segundo evento com a participação de TSE e Usaid foi um encontro virtual internacional chamado de “Eleições e a transformação do dedo”, que teve a participação do ministro Luís Roberto Barroso. Em seu site, a Namoro fez questão de ressaltar que o evento tinha sido promovido pelo CEPPS e pela Usaid, e que tratava sobre “ameaças digitais”.
– O presidente do TSE e representantes de organizações que fomentam ações de fortalecimento da democracia global discutiram sobre porquê autoridades e a sociedade organizada podem combater as ameaças digitais e ajudar a prometer que a tecnologia funcione para promover a integridade das eleições e dos processos políticos ao volta do mundo – descreveu a Namoro.
Durante o evento, Barroso chamou a atenção das plataformas de redes sociais e disse que elas “deviam se unir às autoridades eleitorais para proteger a integridade do processo eleitoral brasílico”.
– Se elas continuassem inertes a esse propagação da disseminação de fake news, poderiam ter sua imagem associada à devastação da democracia – alegou o portanto presidente da Namoro.
USAID E BOLSONARO
Michael Benz, ex-chefe da partilha de informática do Departamento de Estado dos Estados Unidos, fez uma enunciação na última segunda que gerou grande repercussão no Brasil. Ao podcast War Room, de Steve Bannon, ex-assessor do presidente Donald Trump, Benz afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda estaria no missão se a Usaid não existisse.
– Se a Usaid não existisse, Bolsonaro ainda seria presidente do Brasil, e o Brasil ainda teria uma internet livre e oportunidade – disse Benz.
De concórdia com Benz, a entidade gastou “dezenas de milhões de dólares do tributário americano financiando a pressão para que projetos de lei contra a desinformação fossem aprovados” no Parlamento brasílico, e também bancou advogados que teriam feito pressão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que Benz chamou de “tribunal da increpação” – para reprimir tuítes de Bolsonaro.
– Eles [Usaid] construíram um polvo de increpação no Brasil e ele foi construído inteiramente com a Usaid, por que a Usaid declarou Bolsonaro um Trump populista, um Trump dos trópicos, e em seguida montou essa operação para controlar o ecossistema de informações no país – completou.
Em seguida a enunciação de Benz, o deputado federalista Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ser “fundamental que o Congresso Vernáculo e demais instituições competentes investiguem o financiamento e a atuação dessas organizações em território brasílico”.
– Transparência e soberania não podem ser negociadas. Aliás, é necessário que o Itamaraty e os órgãos de perceptibilidade avaliem os riscos dessa interferência para a segurança institucional e política do Brasil – apontou.