Mesmo com um prejuízo de R$ 3,2 bilhões no último ano e delonga no pagamento de salários, os Correios destinaram R$ 1,3 milhão para patrocinar o Encontro de Novos Prefeitos 2025. O evento, organizado pela Presidência da República com coordenação da Secretaria de Relações Institucionais, liderada pelo ministro Alexandre Padilha, teve uma vez que tema “A cidade que queremos está em nossas mãos” e contou com a presença do presidente Lula (PT) na franqueza, realizada na terça-feira, 11.
Patrocínios sob críticas
A estatal, comandada por Fabiano Silva dos Santos, coligado de Lula e membro do grupo Prerrogativas, justificou o gasto afirmando que o patrocínio foi uma “oportunidade de ampliação do alcance de seu público-alvo, ao mesmo tempo em que fortalece sua imagem e relevância no cenário pátrio”. No entanto, o investimento gerou revolta, mormente diante do agravamento da crise financeira da empresa.
Além dos Correios, também patrocinaram o evento instituições uma vez que o Sebrae, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federalista e Serpro. Em 2024, os Correios já haviam talhado R$ 34 milhões a eventos culturais com o objetivo enunciado de “melhorar a imagem institucional” da estatal, que enfrenta crescente insatisfação de empregados e clientes.
Prejuízo recorde em janeiro
As dificuldades financeiras continuam em 2025. No primeiro mês do ano, os Correios registraram um prejuízo de R$ 424 milhões, o maior déficit da estatal em janeiro em toda sua história. Com despesas de R$ 1,915 bilhão e receitas de R$ 1,491 bilhão, o desequilíbrio nas contas ficou ainda mais evidente.
Comparando com janeiro de 2024, quando as receitas foram de R$ 1,695 bilhão e as despesas de R$ 1,818 bilhão, a situação financeira da empresa mostra piora contínua.
Correios lideram rombo das estatais
Em 2024, o déficit totalidade das estatais federais chegou a R$ 8,07 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Médio, o maior saldo negativo da série histórica iniciada em 2002. Desse montante, R$ 3,2 bilhões foram responsabilidade dos Correios, que representam 50% do déficit de R$ 6,3 bilhões das 20 estatais federais monitoradas pelo Ministério da Gestão e Inovação.
Empresas maiores, uma vez que Petrobras e Banco do Brasil, não foram incluídas na estudo, mas a dimensão do prejuízo dos Correios destacou-se, refletindo a má gestão e o impacto das prioridades da estatal em meio a uma crise financeira sem precedentes.