José Múcio, ministro da Resguardo, declarou que durante os atos de 8 de janeiro contra os Três Poderes não havia pessoas armadas ou líderes identificáveis no movimento. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Múcio também comentou sobre o Projeto de Lei da Anistia, defendendo dosimetria nas penas e atribuindo ao Congresso Pátrio a decisão sobre o perdão aos envolvidos.
Declarações sobre os Atos de 8 de Janeiro
O ministro descreveu os eventos de 8 de janeiro uma vez que desorganizados, afirmando que não viu armas nem líderes entre os manifestantes.
“Não havia um director, não havia ninguém armado, alguém que você pudesse se entender, alguém que você pudesse dialogar. Não vi uma arma. Sou capaz de manifestar que quem organizou aquilo não foi, desistiu, não apareceu e ficou aquele quebra-quebra todo”, afirmou.
Ele também apontou que o período pós-ataques foi o mais difícil de sua gestão:
“Do dia 8 [de janeiro], até abril, eu me senti órfão, porque a direita estava ‘zangadíssima’ porque os militares não aderiram ao golpe. E a esquerda porque achavam que os militares criaram aquele golpe, e, na verdade, nós devemos a eles não ter tido o golpe.”
Debate sobre o PL da Anistia
José Múcio comentou sobre o Projeto de Lei da Anistia, que pretende perdoar pessoas investigadas por participação nos atos de 8 de janeiro. O ministro defendeu uma estudo justa e proporcional, diferenciando os níveis de envolvimento de cada participante:
“Devia ter uma dosimetria. Tem gente que quebrou uma cadeira, tem gente que armou esse movimento. Se for tudo comprovado que levante pague, se for um golpe, que levante pague. […] Você não pode improbar uma pessoa da mesma pena: quem armou, quem financiou e quem foi lá encher o movimento.”
Segundo ele, a decisão sobre a anistia pertence ao Congresso Pátrio, e ele aguarda o término das investigações para identificar os verdadeiros responsáveis:
“Só aí nós vamos deixar de fazer conjecturas e achismos e verdadeiramente encontrar o culpado. Nós vamos saber se havia um golpe arquitetado se nos inquéritos aparecerem as denúncias. Se não foi golpe, foi um conjunto de baderneiros patrocinado por alguns empresários irresponsáveis.”
Golpe ou Baderna?
O ministro concluiu destacando a premência de honrar entre uma tentativa de golpe e um ato de vandalismo desorganizado:
“Se não foi golpe, foi um conjunto de baderneiros patrocinado por alguns empresários irresponsáveis que acharam que rasgando quadro, derrubando estátua, quebrando relógio, estavam fazendo um movimento político.”