Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumiu seu segundo procuração avante da Moradia Branca, países ao volta do mundo têm escoltado com inquietação os anúncios de novas tarifas sobre commodities. Desta vez, a medida afeta o aço e o alumínio, que serão taxados em até 25% a partir desta segunda-feira (10).
De convenção com dados do Departamento de Transacção dos Estados Unidos (DOC), o Brasil é um dos principais fornecedores de aço para o país, ficando detrás exclusivamente do Canadá em 2024. As exportações brasileiras totalizaram 4,08 milhões de toneladas no ano, o que representa 15,5% de todo o aço vendido aos norte-americanos. O valor dessas vendas alcança quase US$ 3 bilhões.
Em 2020, quando Trump impôs uma tarifa de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre alumínio, a indústria brasileira alertou para possíveis demissões e paralisações. No entanto, o presidente norte-americano logo recuou, concedendo cotas de isenção para o Canadá, Brasil e México — justamente os três maiores exportadores.
Desta vez, mas, uma novidade isenção não é esperada, diante da postura protecionista que marca a gestão Trump. Na semana passada, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, levando Pequim a retaliar com novas taxas sobre produtos norte-americanos.
Reciprocidade
Há duas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que haverá “reciprocidade” caso Trump taxe produtos brasileiros.
“Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil em taxar os produtos importados dos EUA”, afirmou Lula em 30 de janeiro, no Palácio do Planalto.
No entanto, o SBT News apurou junto a integrantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços (MDIC) que essa reciprocidade não deve ser aplicada imediatamente. O presidente Lula optou por cautela antes de adotar uma retaliação.
Por ora, a reação do governo brasílio será de monitoramento das taxas impostas pelos Estados Unidos. Caso novas tarifas sobre produtos nacionais sejam criadas, a solução, em um primeiro momento, ocorrerá por vias diplomáticas.
Lula já declarou que procura manter um “bom relacionamento” com Trump, embora não espere ter com o republicano a mesma proximidade que teve com Joe Biden. Os dois líderes devem se encontrar exclusivamente durante a Reunião Universal das Nações Unidas (ONU), em Novidade York, prevista para novembro….continue a lendo