O Google anunciou o término de suas metas formais de contratação para grupos sub-representados, marcando uma mudança significativa em sua abordagem de variação, justiça e inclusão (DEI). A decisão alinha a empresa a outras gigantes da tecnologia que estão reavaliando suas estratégias nesse campo.
A empresa comunicou por e-mail que não estabelecerá novos objetivos para ampliar a variação entre seus funcionários, refletindo um movimento crescente no setor corporativo.
Em 2020, no contexto dos protestos por “justiça racial” depois a morte de George Floyd, o Google havia estabelecido a meta de aumentar em 30% a presença de grupos sub-representados em cargos de liderança até 2025. No entanto, o mais recente relatório da Alphabet, controladora do Google, omitiu qualquer enunciação explícita de compromisso com a DEI, alguma coisa que estava presente de 2021 a 2024.
O relatório de variação de 2024 da empresa indicou que 5,7% de seus funcionários nos Estados Unidos são negros e 7,5% são latinos, um aumento em relação aos 3,7% e 5,9% registrados há quatro anos. Ainda assim, a companhia está reconsiderando se continuará divulgando relatórios anuais sobre variação, prática mantida desde 2014.
Ou por outra, o Google está revisando seus programas de DEI, incluindo subsídios e treinamentos, principalmente aqueles considerados menos impactantes ou juridicamente arriscados. Essa reavaliação está sendo influenciada por decisões judiciais recentes e ordens executivas da gestão Trump, que impuseram restrições a programas de variação tanto no governo quanto entre empresas contratadas pelo setor público.
O movimento do Google ocorre em um momento de revisão generalizada de políticas de variação no setor de tecnologia. Em janeiro, a Meta, controladora do Facebook, desfez sua equipe de variação e eliminou metas voltadas à contratação de mulheres e minorias. Segundo Janelle Gale, vice-presidente de Recursos Humanos da empresa, a mudança foi influenciada pelo cenário político e lícito dos Estados Unidos.
A Amazon seguiu uma traço semelhante ao anunciar, em dezembro, que encerrará algumas de suas iniciativas de variação até o final de 2024. A empresa também removeu de seu site a frase “variação, justiça e inclusão são boas para os negócios”, embora mantenha outras menções ao tema.
Outras grandes corporações, uma vez que a Apple, também vêm enfrentando pressões de acionistas para reduzir esforços na superfície de DEI. O think tank conservador National Center for Public Policy Research, por exemplo, propôs o término das políticas de inclusão da empresa, mas a Apple recomendou que seus acionistas rejeitassem a medida. Informações Jornal da cidade