O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Mediano (BC) voltou a subir a taxa básica de juros do país em um ponto percentual. Desse modo, a partir desta quarta-feira (29), a Selic passa a ser de 13,25% ao ano. O colegiado votou unanimemente pelo ajuste.
O cenário mais recente é marcado por desancoragem suplementar das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, afirmou o Copom em seu expedido.
“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de testificar a firmeza de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno serviço”, pontuou.
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A nota do BC voltou a invocar atenção para o cenário extrínseco, que permanece provocador, principalmente, pela “ensejo e política econômica nos Estados Unidos, que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”.
Mais cedo, o Federalista Reserve, o banco medial dos EUA, interrompeu seu ciclo de retardamento monetário, apontantando para incertezas no horizonte e cautela à espera dos efeitos na economia por secção das políticas do recém-empossado presidente Donald Trump.
Olhando para o Brasil, o Copom indica que a atividade econômica e o mercado de trabalho permanecem aquecidos, pressionando a inflação e mantendo o desequilíbrio para subida dos preços nas perspectivas futuras.
Entre os fatores que pesam para uma inflação pior, o BC destaca:
- Uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
- Uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do resultado mais positivo;
- Uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
O Copom voltou a ressaltar que segue acompanhando a repercussão das contas públicas do governo e seu impacto nos juros e nos ativos financeiros.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, pontuou o colegiado em seu expedido.
Em dezembro de 2024, ao sublevar os juros pela terceira vez desde a retomada do ciclo de aperto monetário, o BC já havia subido a Selic no mesmo ritmo.
Entre agosto de 2023 e maio do ano pretérito, o Copom conduziu um movimento de queda dos juros, até estabilizá-los em 10,5%. O endurecimento da política do BC voltou em setembro, quando a domínio monetária indicou incertezas no cenário econômico, uma subida dos preços resiliente supra da meta e a desancoragem das expectativas de inflação no mercado.
Com as incertezas, os diretores da autonomia passaram algumas reuniões sem indicar um forward guidance, a sinalização sobre seus próximos passos. A indicação voltou a ser dada na última reunião de 2024, quando o BC apontou que subiria a Selic em um ponto nas duas primeiras reuniões de 2025.
Segmento da promessa foi cumprida agora em janeiro. Nesta quarta, o Copom reforçou compromisso com o guidance sinalizado anteriormente, e disse que deve realizar uma subida de mesma magnitude na próxima reunião, levando a Selic a 14,25% em março.
“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude totalidade do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em peculiar dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do resultado e do balanço de riscos”, concluiu.
O mercado, porém, avalia que o ciclo de aperto não vai parar por aí. Segundo o boletim Focus, que é compilado pelo BC, os agentes econômicos veem a Selic encerrando o ano em 15%.
Expectativas de inflação
Ao sublevar os juros, o BC “encarece” o numerário ao subir o dispêndio para se tomar empréstimos. O objetivo é diminuir a demanda por crédito que, consequentemente, ameniza o consumo e a inflação.
A autonomia trabalha com um sistema de metas, buscando manter a inflação num objectivo de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em 2024, o Índice de Preços ao Consumidor Extenso (IPCA), a inflação solene do país calculada pelo IBGE, encerrou em subida de 4,83%, por tanto, estourando o teto da meta.
E as expectativas do mercado seguem deteriorando para a inflação de 2025. O Focus divulgado nesta segunda-feira (27) aponta que os preços devem fechar o ano subindo 5,5%.
Copom renovado
Esta foi a primeira reunião do Copom com Gabriel Galípolo porquê presidente da autonomia. Outros três indicados do governo Lula – Nilton David, Gilneu Vivan e Izabela Correa – também participaram de sua primeira decisão de juros nesta quarta.
Logo que assumiu a presidência da autonomia no prelúdios deste mês, Galípolo teve de se preparar para prestar explicações ao ministro da Quinta, Fernando Haddad.
Quando a inflação estoura a meta perseguida pelo BC, a autonomia deve endereçar uma missiva pública ao gerente da equipe econômica realizando um diagnóstico detalhado das causas por trás do descumprimento, um receituário para levar a inflação de volta à meta e o prazo esperado para que os efeitos sejam atingidos.
Em sua missiva a Haddad, Galípolo chamou atenção para o peso sobre a inflação por secção do câmbio, do ritmo de prolongamento da atividade econômica e de fatores climáticos.
A domínio monetária indicou que a inflação deve permanecer supra de 4,5% até o terceiro trimestre deste ano e logo debutar a desabar, mas ainda mantendo-se supra do objectivo da meta.
Para testificar o controle dos preços, Galípolo se comprometeu a manter o aperto monetário.
Nascente/Créditos: CNN
Créditos (Imagem de capote): Foto: Raphael Ribeiro/Banco Mediano