Congressistas da base de Lula classificaram a prática uma vez que “humilhação” e “desrespeito”; procedimento é padrão nos Estados Unidos
Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a gestão do presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano), pelo uso de algemas durante o transporte de brasileiros deportados dos Estados Unidos.
Neste sábado (25.jan.2025), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, determinou a remoção das algemas dos deportados depois da chegada ao Brasil. O grupo retornava em um voo com rumo ao Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, que precisou realizar um pouso de emergência em Manaus por razão de problemas técnicos.
Lula ordenou que uma avião da FAB (Força Aérea Brasileira) fosse disponibilizada para concluir o transporte dos deportados até Belo Horizonte. Segundo o governo, a medida buscou testificar que a viagem fosse concluída “com honra e segurança”.
Nas redes sociais, congressistas e aliados da base governista classificaram o uso de algemas uma vez que “humilhação” e “desrespeito”,
O ex-ministro Paulo Pimenta escreveu, em publicação no X (ex-Twitter), que Lula é “gigante” e que a forma uma vez que os brasileiros foram tratados era intolerável.
Já o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que “não há motivos para que cidadãos brasileiros sejam algemados em voos de deportação”. Segundo o AGU, a atitude do governo norte-americano “fere” tanto a soberania pátrio brasileira quanto a “honra da pessoa humana”.
Nos Estados Unidos, porém, quando alguém fica sob a custódia do Estado por ter cometido uma infração –inclusive ter entrado no país ilegalmente–, o procedimento padrão é ser algemado ao ser transportado de um lugar para outro. Não importa a seriedade do delito: todos precisam ter os movimentos limitados.
Em alguns casos, as algemas são colocadas nos pulsos e nos tornozelos de quem está represado. Isso é feito para proteger os agentes policiais de eventuais ataques das pessoas presas –inclusive durante voos, uma vez que foi o caso do avião que trouxe os brasileiros que estavam ilegais nos EUA de volta para o Brasil.
Uma vez que em Manaus foi uma avião da FAB que continuou o trajeto até Belo Horizonte, os deportados já estavam sob jurisdição brasileira e não seria mais necessário usar algemas nem seguir os procedimentos legais dos EUA. A rigor, a ordem do Ministério da Justiça exclusivamente expressou um tanto que já aconteceria de qualquer forma.
Leia outras manifestações:
- Rogério Correia, deputado federalista (PT-MG) e vice-líder do governo Lula na Câmara;
- Talíria Petrone, deputada federa (Psol/RJ);
- Ana Paula Lima, deputada federalista (PT-SC) e vice-líder do governo Lula;
- Renata Souza, deputada estadual do Rio de Janeiro;