Um momento inusitado chamou a atenção durante a entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à CNN Brasil, nesta quinta-feira (23). Ao comentar as grandes realizações de seu governo, o líder da direita no Brasil foi interpelado pela repórter, que o confrontou citando sua itinerário para Lula (PT) na eleição de 2022. O presidente de honra do PL, antes de recorrer às palavras, deu um irônico e longo sorriso.
– Qual é o momento notório para pensar em lançar um candidato da direita ungido pelo senhor? – perguntou a jornalista.
Jair Bolsonaro, portanto, garantiu que vai disputar até o termo pela reversão de sua inelegibilidade.
– Só aos 48 [minutos] do segundo tempo. De vez em quando eu vejo material na prensa, “podia estar articulando” e eu estou impedindo… Não estou impedindo ninguém. Quem quiser se lançar candidato, que fique à vontade. (…) Se o João quer vir candidato, imagine se tornar inelegível assim uma vez que eu fui. Injustiça. Eu não tenho delito. Eu peguei o Brasil, o [Michel] Temer deu uma arrumadinha no Brasil, e nós resolvemos a economia mesmo com a pandemia, mesmo com a guerra. Fizemos coisas demais – respondeu o ex-presidente.
Em seguida, ele mencionou os feitos de sua gestão, citando o aumento do favor do Bolsa Família, chuva para o Nordeste, a presteza para a franqueza de empresa, a geração do Pix, o Auxílio Emergencial na pandemia de covid-19, enalteceu o “time de ministros” que formou em seu governo, e, logo depois, foi surpreendido com uma pergunta provocativa.
– (…) Só que na eleição passada, o povo escolheu o Lula, né?
Foi aí que Bolsonaro deu um longo e irônico sorriso para a repórter e, logo em seguida, respondeu:
– Olha, eu ando pelo Brasil, o povo me patroa. Nem durante a campanha [Lula] não arrastava ninguém por aí. Houve uma campanha enorme contra mim. Por exemplo, TSE, botou o dedo na balança. Eu não podia falar que o Lula defendia monstruosidade, eu não podia mostrar o Lula lá na comunidade do Rio de Janeiro, ao lado de líderes comunitários, que só foi eleito graças à bênção do tráfico. Eu não podia falar do Lula que o rosto roubava celular para tomar uma cervejinha, eu não podia botar o Lula ao lado de Ortega ou de Fidel Castro, lá detrás, ou de Maduro agora. Eu não pude mostrar imagem minha no enterro da Rainha Elizabeth, eu não pude mostrar as imagens do 7 de Setembro. O TSE fez uma campanha massiva para jovem tirar título de sufragista. Essa fita etária 3/4 vota no PT. Foram quatro milhões de jovens que tiraram o título. Eu, na reta final, tiraram de mim 1,5 milhão de inserções, mentirosas, me acusaram até de pedófilo (…) – respondeu o líder conservador.
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