O jornal O Estado de S. Paulo, em editorial publicado neste domingo (19), afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou que seu compromisso com a democracia nunca foi realmente sério. O texto critica a decisão do governo de utilizar a Advocacia-Universal da União (AGU) para acionar a Polícia Federalista (PF) com o objetivo de investigar a disseminação de supostas “fake news” sobre o Pix, em seguida a repercussão do vídeo do deputado federalista Nikolas Ferreira (PL-MG).
De combinação com o jornal, a reação do governo ao vídeo que expôs os efeitos da proposta de fiscalização do Pix foi desastrosa e indicou o uso da força do Estado para intimidar opositores. O Estadão argumenta que essa postura contraria os fundamentos da democracia e do Estado de Recta.
Vexame Governamental e Reação de Lula
O editorial descreve Lula uma vez que “aturdido” em seguida a repercussão negativa do vídeo de Nikolas Ferreira, que viralizou nas redes sociais. Sem conseguir impor sua narrativa, o presidente teria ordenado ações para criminalizar o exposição da oposição, um pouco que o jornal considera uma mostra clara de que o compromisso do presidente com a resguardo da democracia nunca foi genuíno.
“Já era previsível a mobilização de partidos e entidades esquerdistas para acionar a Justiça contra os opositores que estão fazendo o governo de gato e sapato nas redes sociais, mas, na prática, o efeito disso é restringido e provavelmente ficará exclusivamente no terreno do ridículo”, afirmou o Estadão.
No entanto, o jornal destaca que a contraofensiva solene, ordenada diretamente por Lula, é mais preocupante. “Lula está disposto a usar a força colossal do Estado contra cidadãos que ousam criticá-lo ou levantar dúvidas sobre suas reais intenções”, acrescenta o texto.
Ações Contra Nikolas Ferreira e Uso Político da AGU
O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o grupo de advogados Prerrogativas anunciaram representações contra Nikolas Ferreira na Procuradoria-Universal da República e no Recomendação de Moral da Câmara. As acusações incluem “estelionato” e “transgressão contra a economia popular”.
O Estadão, no entanto, afirma que as acusações contra Nikolas não têm fundamento. “Qualquer um de boa-fé que tenha observado ao vídeo do parlamentar sabe que ali não houve zero disso. E ainda que houvesse, mentir na política não é transgressão, assim uma vez que é lícito em uma democracia desqualificar medidas governamentais.”
A publicação do jornal critica ainda mais duramente a decisão de Lula de envolver a AGU no caso. “A ordem de Lula para que a AGU envolva a PF no caso do Pix não se presta a outra coisa senão a intimidar opositores, que, a depender do desdobramento do caso, pensarão dez vezes antes de criticar publicamente uma medida do governo.”
Queda de Movimentações Via Pix: Culpa do Governo, Não de Fake News
Na petição enviada à Polícia Federalista, a AGU argumenta que a ampla disseminação de “desinformações” sobre o Pix resultou na maior queda de transações via sistema desde sua implementação, conforme dados do Banco Meão.
O editorial rebate a justificativa. “Se o número de movimentações financeiras via Pix caiu, isso se deve não à eventual prática de crimes, mas à inépcia de um governo em descrédito.”
O texto conclui que Lula deveria focar em proteger as medidas de seu governo de maneira competente no campo da informação, em vez de recorrer ao uso do Estado para intimidar opositores.