As polícias social e militar e o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Violação Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ), com escora da Secretaria de Segurança Pública, fazem, nesta quarta-feira (15), mais uma lanço da Operação Torniquete. Hoje, a ação é no Conjunto de Favelas do Teutónico e Penha, na zona setentrião do Rio. “Até o momento, sete criminosos foram presos”, informou a Secretaria de Polícia Social (Sepol).
A chegada das forças de segurança para a operação foi recebida com intenso troada relatado por moradores em redes sociais. O trabalho dos policiais foi prejudicado pela instalação de diversas barreiras, por segmento de criminosos, para atrasar a ingresso dos agentes na comunidade. Informações preliminares indicam que um policial foi ferido no ombro e também dois suspeitos foram atingidos.
Esta período, segundo o MPRJ, é para o cumprimento de 14 mandados de prisão contra integrantes da partido criminosa Comando Vermelho, envolvidos em um esquema financeiro divulgado porquê Caixinha do CV. “Os alvos foram denunciados pelo Gaeco/MPRJ à justiça pelos crimes de organização criminosa e lavagem de moeda, relacionados ao tráfico de drogas e ocultação de valores ilícitos em mais de 4.888 operações financeiras, totalizando aproximadamente R$ 21.521.290,38”, acrescentou nota da Secretaria de Polícia Social.
O Ministério Público acrescentou que os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada e estão sendo cumpridos em Bangu, Jacarepaguá, Talento da Rainha, Novidade Iguaçu, Ramos, Copacabana, Cordovil, Santo Cristo e no Instituto Penal Vicente Piragibe. Há cumprimento de mandados também nos estados da Bahia e Paraíba.
“O sistema funciona por meio de taxas cobradas mensalmente de líderes de pontos de venda de drogas nas comunidades dominadas pela partido. Em troca, os responsáveis pelas bocas de fumo têm chegada à marca da organização, fornecedores de entorpecentes, suporte logístico e escora bélico”, detalhou nota do MPRJ.
A denúncia do Gaeco/MPRJ indica que os valores arrecadados “são centralizados e utilizados para financiar ações porquê compra de drogas e armamentos, expansão territorial, pagamento de propinas, assistência a membros presos e crimes conexos porquê extorsões e roubos de cargas e veículos, além da exploração monopolizada de serviços de internet”, indicou o MP.
Familiares
De concórdia com a Secretaria de Polícia Social, além dos operadores do fundo da partido que atua na região, são alvos da operação beneficiários desse esquema, incluindo familiares de integrantes da organização criminosa. “O financiamento é manteúdo por diversos crimes que impactam a população, porquê roubo e rapacidade de veículos e de cargas e roubo, além de exploração e disputa por territórios”, acrescentou a nota.
“As investigações, conduzidas com uso de tecnologia avançada pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Quantia (Lab-LD), revelaram um esquema sofisticado que movimentou milhões de reais oriundos de atividades ilícitas”, revelou a nota.
O MPRJ acrescentou que, com base em evidências, foram autorizadas quebras de sigilo fiscal e bancário dos investigados, o que possibilitou o chegada detalhado às movimentações financeiras suspeitas. As análises foram feitas pelo Lab-LD, vinculado ao Departamento Universal de Combate ao Violação Organizado e à Lavagem de Quantia (DGCCOR-LD).
“O uso de tecnologia avançada no interceptação de dados foi necessário para identificar a rede de pessoas interpostas e as contas utilizadas no esquema criminoso”, revelou o Ministério Público.
A secretaria informou que a asfixia financeira das organizações criminosas e de beneficiários, inclusive de familiares de faccionados, presos ou em liberdade, é um dos objetivos da segunda período da Operação Torniquete, que começou em setembro de 2024 e que já resultou em mais de 300 prisões.