Em editorial publicado nesta quarta-feira (15), o jornal O Estado de S. Paulo expôs sua opinião sobre a polêmica envolvendo o endurecimento da fiscalização do Pix, e sobre as falsas notícias da geração de um novo imposto sobre a operação financeira.
O texto é intitulado com um ditado italiano: Se Non è Vero, è Molto Ben Trovato (Pode Não Ser Verdade, Mas Faz Todo o Sentido, em tradução livre), e defende que é preciso notar que “um boato só prospera quando tem um fundo de verdade”.
Para o jornal, embora não seja verdade que o Pix em si será taxado, o fundo de verdade é que o governo possui, de indumento, uma “ânsia” de “aumentar a receita para fazer frente aos gastos públicos, que não param de subir”. O periódico apontou que a gestão Lula “não se esforça em trinchar as despesas de um Estado balofo que não devolve em serviços básicos o que os muitos impostos financiam”.
Na avaliação do veículo de prelo, o governo “exasperou-se, não tanto pelos efeitos da desinformação em si, mas porque a boataria ajuda a solidar a imagem de que é um insaciável arrecadador”. Por esse motivo a reação teria ganhado proporções maiores, levando os petistas a qualificarem porquê delito de lesa-democracia “tudo o que expõe a verdadeira natureza do governo Lula”.
Apesar de considerar o governo Lula um insaciável arrecadador, o jornal frisou não ver “zero de incorrecto ou mesmo de novo” com as novas normas de fiscalização. Para o Estadão, o governo deveria ter explicado a instrução normativa em setembro, quando ela foi publicada, ou no início deste ano, quando ela entrou em vigor. Mas seu silêncio em torno do tema criou as condições necessárias para que o objecto ganhasse força.
– A instrução normativa, finalmente, é unicamente mais uma regra que procura fazer com que contribuintes paguem impostos devidos, o que condiz com a política defendida por Haddad na superfície tributária. Não há zero de incorrecto nisso, porquê também não há zero de incorrecto com as piadas que caracterizam Haddad porquê implacável exator. Ele pode não encontrar perdão, mas agora é tarde – concluiu.