O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está planejando se opor às tentativas dos países do G-7 de suportarem o tom contra a Rússia em uma declaração final durante uma reunião do grupo no Japão. O Brasil, que foi convidado a participar da reunião, está negociando para que o texto conjunto, que trata da segurança alimentar, não seja usado como plataforma para criticar a Rússia devido à guerra na Ucrânia.
De acordo com o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros, o Brasil busca uma linguagem de declaração adequada para estar em consonância com a posição brasileira. Embora seja necessário mencionar o conflito na Ucrânia devido aos seus efeitos negativos na cadeia de suprimentos e alimentos em escala global, a ênfase deve ser na segurança alimentar como tema principal.
Antes do segmento com países convidados, o G-7 emitirá seu próprio comunicado oficial, no qual o Brasil não está envolvido nas negociações. A expectativa nos bastidores é que as potências ocidentais e europeias pressionam por uma postura mais dura contra a Rússia, mas a diplomacia brasileira está presente para suavizar os termos.
O Brasil participará da cúpula como convidado do Japão, país anfitrião, e serão realizadas sessões ampliadas de debate, culminando em uma declaração conjunta. Além do G-7, também foram convidados líderes políticos de outros países, incluindo o Brasil, Austrália, Índia, Indonésia, Coreia do Sul, Vietnã, Comores e Ilhas Cook.
Lula terá reuniões bilaterais com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o presidente da Indonésia, Joko Widodo. Esses países são considerados parceiros importantes para o Brasil, já que lideraram o G-20 nos últimos anos.
Durante uma reunião do G-7, Lula levou sua proposta de mediação de um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia por parte de países amigos. Ele também abordará questões de sustentabilidade e cobrará apoio financeiro para a proteção ambiental, além de discutir a situação de países endividados, como a Argentina.
Como parte da agenda, Lula e os chefes de Estado visitarão o Memorial da Paz em Hiroshima, onde prestarão homenagens às vítimas da guerra.
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