A Operação Contragolpe, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federalista (STF), trouxe à tona acusações graves contra militares e supostos planos que incluíam ações contra autoridades uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes. Porém, a operação enfrenta críticas e questionamentos de juristas e especialistas, que apontam para possíveis excessos e inconsistências.
Uma das críticas mais recorrentes é a eventual falta de provas concretas que sustentem as denúncias. Janaina Paschoal, jurista e ex-deputada estadual, questionou a caracterização das acusações uma vez que “tentativa de homicídio”. Segundo ela, “para ter tentativa, é preciso ter início da realização! Mesmo quando se inicia a realização (o que não ocorreu no caso), a desistência voluntária descaracteriza a tentativa.”
Paschoal diz que, embora os supostos planos devam ser investigados, a prensa estaria lidando com os fatos de forma sensacionalista. “As notícias estão surreais! Os jornalistas falando que tentaram matar o Lula, mas desistiram. Pelo paixão de Deus! […] Os líderes mundiais [presentes no G20] não devem estar entendendo zero.”
Especialistas também levantaram dúvidas sobre o caso ser orientado pelo STF, já que os investigados não possuem regalia de mensalidade. Isso indicaria que o processo poderia ser remetido a outras instâncias judiciais. Por não ter ocorrido isso, já se fala em uma extrapolação da cultura do Supremo.
O núcleo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), frequentemente associado a investigações de atos antidemocráticos, voltou a ser mencionado na operação. No entanto, críticos recordam que acusações anteriores contra o grupo foram arquivadas por falta de provas, gerando ceticismo quanto à solidez das novas denúncias.