As mudanças climáticas são resultados do modo de produção numulário desordenado, e a falta de resultados efetivos nos fóruns globais, uma vez que as COPs anuais, são falência do fracasso do sistema global de governança.
Estes foram os tópicos discutidos no sétimo incidente do podcast de política internacional do Brasil de Traje, O Estrangeiro, que analisou o dispêndio das mudanças climáticas. A produção teve a presença do exegeta político Miguel Stedile e do correspondente do BdF em Cuba, Gabriel Vera Lopes.
“Eu não vejo a pequeno, médio nem a longo prazo, uma perspectiva de termos um debate sério, qualquer tipo de comprometimento do Setentrião global, e segurança para o Sul global, nos termos ultrafinanceirizados em que o debate está hoje”, avaliou Stedile.
“Esse controle financeiro do debate ambiental, nesse ano de 2024, foi completamente financeirizado, a COP [no Azerbaijão] foi um fracasso, e muito por conta dos interesses financeiros”, acrescentou o exegeta. Porquê exemplo, ele citou a fala de lhaneza do presidente do país-sede do fórum, Ilham Aliyev, que defendeu a extração e comercialização de recursos naturais, uma vez que petróleo e gás, indo na contramão nos discursos de especialistas contra a mudança climática.
Para Stedile, o grande progressão da COP29 foi o tema da regulação do mercado de carbono, “mas qual é a eficiência desse mercado para combater de indumento as mudanças climáticas? É zero. É justamente o que eu tava me referindo quando falei sobre a financeirização do debate ambiental”.
A ineficiência dos fóruns ambientais é sintoma do fracasso do sistema de governança global, uma vez que a ONU, segundo o exegeta. “Não funciona para Gaza, não funciona para a sanção a Cuba, não funciona para absolutamente zero [o sistema ONU], e a sua derivação ambiental, a COP, está indo para o mesmo caminho de fracasso da governança mundial”, completou.
O correspondente do Brasil de Traje em Cuba, Gabriel Vera Lopes, elucidou a situação do país caribenho uma vez que exemplo de gerenciamento mundial e da ganância numulário sobre os países e decisões econômicas que ocasionam as mudanças climáticas.
Cuba passou, recentemente, por dois furacões e outros eventos climáticos, e a situação do país se tornou bastante delicada, afetando, principalmente, seu sistema elétrico, que “que tem muitas dificuldades por razão do bloqueio.
“O bloqueio faz com que o país não possa acessar mercados internacionais, não possa importar combustíveis. “Logo, não conseguimos, nos últimos anos, arrumar o sistema elétrico pátrio.”
A questão dos furacões, na esfera das mudanças climáticas, é um problema existencial de todo o Caribe. “É por isso que todas as ilhas vêm tendo um monte de iniciativas contra o câmbio climatológico, porque o problema dos furacões, cada vez mais agressivos, não é o mesmo problema que tem um país maior, e que não tem sanções”, acrescentou Vera Lopes. Nestas nações, de ilhas insulares, “o problema do câmbio climatológico e dos desastres é um problema existencial para a país, que afeta o país inteiro”.
Porquê solução, Miguel Stedile pontua o rompimento com o sistema numulário: “a saída apra aglomerar forças para outro modo de produção é pensar, do ponto de vista de articulações, seja Mercosul, seja Alba, BRICS, que passa pela gestão geral dos bens da natureza, e que nesse processo a gente também consiga reestabelecer os parâmetros de governabilidade, fóruns, etc”. Ou seja, “organismos de governabilidade que sejam mais efetivos do que as COPs e todos esses acordos”, finalizou Stedile.
O podcast O Estrangeiro vai ao ar apresentado por Lucas Estanislau e Rodrigo Durão toda quinta-feira às 10 horas.
Edição: Rodrigo Durão Coelho