Os Estados Unidos vetaram nesta quarta-feira (20), no Parecer de Segurança da ONU, um projeto de solução para um cessar-fogo “repentino, incondicional e permanente” na Fita de Gaza. O rascunho do texto, ao qual a AFP teve entrada, pedia “um cessar-fogo repentino, incondicional e permanente”, que deveria “ser respeitado por todas as partes”, e “a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”.
Mas a forma porquê foi redigido enfureceu Israel, que denunciou o texto porquê uma “traição”.
“Deixamos simples nas negociações que não poderíamos concordar um cessar-fogo incondicional que não conseguisse a libertação dos reféns”, justificou o vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, posteriormente a votação. “Para nós, teria que possuir um vínculo entre o cessar-fogo e a libertação dos reféns. Essa tem sido nossa posição desde o início e a mantemos”, disse ele.
Com a solução proposta, acrescentou Wood, o Parecer enviaria ao Hamas “a mensagem perigosa de que não há urgência de voltar à mesa de negociações”.
O texto “zero mais é do que uma traição” e equivaleria a um “desleixo” dos reféns, denunciou o emissário israelense na ONU, Danny Danon, antes da votação.
Majed Bamya, vice-embaixador palestino na ONU, disse que não havia motivo para Washington vetar o projeto. “Não há justificativa, absolutamente nenhuma justificativa para vetar uma solução que está tentando impedir atrocidades”, disse Bayma posteriormente a votação.
Em expedido divulgado pela escritório solene Wafa, a Mando Palestina considerou que “a decisão dos Estados Unidos de exercitar seu veto pela quarta vez encoraja Israel a continuar com seus crimes contra civis inocentes na Palestina e no Líbano”.
O movimento islamista palestino Hamas acusou os Estados Unidos de serem “diretamente responsáveis” pelo que chamou de “guerra genocida” de Israel na Fita de Gaza, posteriormente o veto de Washington.
“Mais uma vez, os Estados Unidos provam que são um parceiro direto na agressão contra nosso povo, que é criminosa, que mata crianças e mulheres, destrói a vida social em Gaza e que é diretamente responsável pela guerra genocida e pela limpeza étnica, assim porquê a ocupação [Israel]”, reagiu o Hamas.
O encarregado interino do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, disse em uma entrevista à Al-Aqsa TV que não haveria negócio de troca de prisioneiros por cativos com Israel a menos que o ataque israelense ao enclave terminasse.
Al-Hayya disse que há “chamadas em curso com países mediadores” sobre negociações e disse que o grupo está pronto para se envolver em negociações.
Ele culpou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu governo por vacilar nas negociações, dizendo que o primeiro-ministro israelense tem protelado por “razões políticas”.
*Com AFP e Al Jazeera
Edição: AFP