A licença da Comenda Dois de Julho a Silas Malafaia, proposta pelo Deputado Samuel Jr. (Republicanos), é uma fadiga à legitimidade dessa honraria. A justificativa do deputado, que enaltece os “relevantes serviços prestados à sociedade brasileira” e a resguardo da família e da heteronormatividade, mascara a verdadeira natureza das ações de Malafaia. É crucial ressaltar a relação de Malafaia, enquanto manipulador da fé, com os atentados de 8 de janeiro; seu caráter homofóbico e sua relação com eventos antidemocráticos.
O noção de heteronormatividade, defendido por Malafaia, marginaliza outras orientações sexuais e identidades de gênero, reforçando estereótipos e a discriminação contra pessoas LGBTQIA+. A resguardo da desse noção é, na verdade, uma resguardo da homofobia, delito no Brasil. Malafaia tem um histórico de declarações e ações homofóbicas, incompatíveis com os valores de liberdade e justiça que a Comenda Dois de Julho simboliza.
Silas Malafaia tem sido cândido de diversas acusações que questionam sua idoneidade para receber tal honraria. Ele foi denunciado à Procuradoria-Universal da República (PGR) por envolvimento em atos antidemocráticos, incluindo discursos que questionam a legitimidade do Supremo Tribunal Federalista (STF) e incitam a população contra decisões judiciais.
Malafaia é um carrasco da democracia e da liberdade. Suas ações e discursos inflamados contra as instituições democráticas representam uma ameaço direta ao Estado de Recta. Ao incitar a população contra o Judiciário e promover a suspeição nas instituições, ele mina os pilares fundamentais da democracia brasileira, demonstrando seu caráter elitista e antipopular.
Outrossim, o pastor está diretamente envolvido em uma conspiração antidemocrática. Suas declarações e ações fomentam um envolvente de instabilidade e violência política. A incitação ao ódio e à indisciplina social são características de sua atuação, colocando em risco a sossego social e a ordem pública.
A relação de Silas Malafaia com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro é notória. Ele foi um dos principais apoiadores de Bolsonaro e esteve ao seu lado em diversas ocasiões, defendendo suas políticas e ações controversas. A licença da Comenda Dois de Julho, portanto, desrespeita a memória dos heróis baianos e os valores que essa honraria representa.
A Plenário Legislativa da Bahia, mormente a bancada progressista, deve reavaliar essa decisão e prometer que a honraria seja reservada para aqueles que verdadeiramente merecem essa evidência. A Comenda deve ser destinada a personalidades que contribuem para o desenvolvimento político e administrativo da Bahia e do Brasil, e para a resguardo das liberdades do povo baiano.
Os movimentos sociais, progressistas e em resguardo da democracia e dos direitos humanos devem se insurgir contra essa decisão anormal. É fundamental que a sociedade social se mobilize para impedir que uma figura com um histórico de homofobia, envolvimento em conspirações antidemocráticas e pedestal a atos terroristas receba uma honraria tão significativa. A luta pela preservação dos valores democráticos e dos direitos humanos deve ser regular e vigilante.
A decisão de conceder a comenda a Malafaia também ignora o clamor popular e a opinião pública, que majoritariamente repudia suas ações e discursos. A Plenário Legislativa deve ouvir a voz do povo e reconsiderar essa decisão, em reverência aos valores democráticos e aos direitos humanos. É necessário, também, que todos os setores da sociedade se unam em um movimento de repúdio e exigência de revisão dessa licença.
A história da Bahia é marcada por lutas e conquistas em prol da liberdade e da justiça. Conceder uma honraria tão significativa a alguém que representa o oposto desses valores é uma traição à memória dos heróis baianos.
A Plenário Legislativa da Bahia tem a responsabilidade de preservar a integridade e o significado das honrarias que concede. Permitir que Silas Malafaia receba a Comenda Dois de Julho é um erro que deve ser revisto imediatamente.
A mobilização popular e a pressão social são ferramentas poderosas na luta pela justiça e pela preservação dos valores democráticos. A Comenda Dois de Julho deve ser um símbolo de orgulho e honra para o povo baiano, e não uma utensílio de legitimação de figuras controversas e prejudiciais.
A Bahia, terreno de resistência e luta, não pode permitir que sua história e seus valores sejam manchados por decisões equivocadas. A sociedade baiana deve se unir e lutar pela revogação da licença da Comenda Dois de Julho a Silas Malafaia.
Já diz nosso lema: “Cá é Bahia, e na Bahia, fascista não se cria!”
*Ivan Rios é sindicalista, historiador, crítico de cinema, repórter, membro do Comitê Baiano de Solidariedade ao Povo da Palestina, graduando em Recta, militante dos Movimentos de Promoção, Inclusão e Espalhamento Cultural no Estado da Bahia
**Nascente é um item de opinião. A visão do responsável não necessariamente expressa a traço editorial do jornal Brasil de Indumentária.
Edição: Nathallia Fonseca
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