O Mercado Público de Porto Feliz ainda não está 100% em funcionamento depois as inundações de maio. Há obras no interno, as marcas da enchente de maio não sumiram completamente, o piso está sendo refeito em algumas áreas, as lojas continuam repondo e aprimorando os seus estoques.
Passados mais de quatro meses do início da enchente, o que vem fazendo falta é o retorno maciço dos visitantes, frequentadores habituais e consumidores. “O movimento está mais ou menos”, disse o garçom Lázaro Kieling. “Não dá ainda para festejar totalmente, mas vamos indo.”
Reaberto parcialmente no dia 14 de junho, o sítio ainda enfrenta dificuldades e prejuízos. Os comerciantes, sem se identificar, lamentam os dias parados, os gastos com a reconstrução, a perda totalidade de produtos e esperam se restaurar com as festas de final de ano.
O presidente da Associação dos Permissionários, Rafael Sartori, anda ocupado demais. Não consegue nem falar recta. É um bombeiro, apagando problemas e queixas de uns e outros, mas não desanima.
Na sexta-feira (13), estava fechando alguns negócios do seu estabelecimento no caminhar térreo para piquetes do Acampamento Farroupilha. Ele também perdeu muita coisa: as geladeiras, os freezers e os produtos ali armazenados. Teve que trocar tudo, mas recebeu ajuda federalista, assim uma vez que os demais comerciantes. Sartori fez um vídeo agradecendo a boa vontade do governo e do ex-ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, em ajudar o mercado.
Inaugurado em 1869, o mercado já enfrentou várias intempéries, uma vez que incêndios, alagamentos e agressões à sua arquitetura, mas está, mais uma vez, se refazendo. A ‘mãe de santo’ que fica na ingressão principal, paramentada a rigor , já está lá, firme e possante, sentada na sua cadeira, pedindo auxílio e vendendo alguns objetos religiosos. Dá suas bênçãos para todos que passam. Deseja boas compras, mas nem todo mundo vai lá com esta intenção. Alguns só querem visitar, saber o sítio, uma vez que os turistas.
Algumas lojas estão mais vistosas e bonitas com a troca de prateleiras, disposição dos móveis e sofisticação dos produtos que vendem. O sítio é considerado um dos principais centros de fornecimento de provisões da cidade e o prédio é um ponto sempre exaltado pelas pessoas que vêm de fora da Capital.
Situado no Meio Histórico da capital gaúcha, o empreendimento popular tem 104 lojas dos mais variados produtos, mais restaurantes e quiosques de artesanato, discos antigos, livros usados e quinquilharias em universal, mas nem tudo está funcionando. Várias bancas estão esperando o momento oportuno, ou desistiram do negócio, conta um vendedor de livros do caminhar superior.
As escadas rolantes já estão funcionando, mas os banheiros, as escadarias e os elevadores ainda não estão trabalhando a pleno. Ainda precisam de alguns reparos. O objetivo inicial, na reabertura, em junho, era atender 30 milénio pessoas por dia, segundo a Associação dos Permissionários, mas a meta ainda não foi batida. A maioria dos 1,5 milénio empregos foi mantida pelos lojistas. Alguns perderam o ofício. Dizem que é procedente oriente vaivém no mercado de trabalho. Os prejuízos do mercado ultrapassaram R$ 20 milhões com a paragem e com o material levado e estragado pelas águas.
O lixo ainda é um problema em toda a dimensão externa, o que é generalidade no Meio Histórico. As obras de revitalização do perímetro medial são lentas, o que também colabora para a redução de frequentadores. Não há sinalização para o final das obras. As promessas e as datas da prefeitura já foram cansativamente alteradas, para desespero dos comerciantes.
Novidades
O mercado já está se articulando para atrair novos investimentos comerciais. Uma das novidades anunciadas é a instalação de uma microcervejaria de Ametista do Sul. A Mina Beer prepara o lançamento de franquias pelo Brasil, começando por Chapecó (SC) e de olho no ponto turístico da capital. Estão na tempo inicial de conversações.
Outra atração que o sítio suplente é que a Maratona Internacional de Porto Feliz 2024 passará pelo interno do Mercado Público de Porto Feliz. A passagem pela atração acontece na secção final da prova de 42,195 km. A 39ª edição da maratona será realizada nos dias 28 e 29 de setembro. O evento também inclui provas de 5 km, 10 km e 21,1 km.
A Associação dos Permissionários também pretende alugar novos espaços para interessados em se estabelecer ali. Todos possíveis e futuros comerciantes devem, é simples, passar pelos trâmites legais exigidos.
Manadeira: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Vivian Virissimo
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