Em uma conversa de novembro de 2022, revelada só agora pela Folha de S. Paulo, juízes ligados ao ministro Alexandre de Moraes discutiram a frustração com a falta de cooperação da Interpol e do governo dos Estados Unidos em relação ao jornalista Allan dos Santos, que é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Santos, investigado nos inquéritos das milícias digitais e das fake news, tem um mandado de prisão expedido por Moraes.
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O juiz Marco Antônio Vargas, do gabinete da presidência do TSE, em troca de mensagens com Airton Vieira, assessor de Moraes no STF, expressou sua insatisfação com o traje de a Interpol não incluir Santos na lista vermelha, o que dificultava sua tomada.
Em áudios, Vieira explicou que, apesar dos esforços, a Interpol em Lyon recusou-se a atender ao pedido, alegando que a questão poderia ter um ‘viés político’. Aliás, até aquele momento, os Estados Unidos não haviam respondido ao pedido de extradição do blogueiro, o que só ocorreu em março de 2023, quando o governo americano rejeitou a extradição, alegando que Santos estava protegido pelo recta à liberdade de sentença.
Em um tom mais exaltado, conforme a Folha, Vargas chegou a desafogar, dizendo que “dá vontade de mandar uns jagunços pegar esse rostro na marra e colocar em um avião brasílico”, externando o nível de frustração com a situação.
Vieira, por sua vez, criticou o governo dos Estados Unidos, afirmando que eles agem conforme seus próprios interesses e têm o controle sobre suas decisões, sem se submeterem à pressão de outros governos.
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