O Brasil detectou seis pacientes infectados com a versão XEC do vírus da covid-19, que vem se espelhando em todo o mundo. Os casos foram reportados nos estados no Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina e informados ao Ministério da Saúde. Essa mesma versão, que faz segmento da linhagem Ômicron, vem se espalhando com velocidade na Europa e EUA.
Os primeiros casos da XEC no país foram detectados pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras referentes a dois pacientes na cidade do Rio de Janeiro, diagnosticados com covid em setembro. Posteriormente a identificação da novidade versão, as amostras foram processadas para identificação da sequência genômica. Os resultados foram depositados na plataforma Gisaid, iniciativa colaborativa que promove o compartilhamento de informações sobre vírus circulantes para pesquisadores de todo o mundo.
Depois das sequências identificadas pela Fiocruz, também foram depositados, por outros grupos de pesquisadores, genomas da linhagem XEC decodificados em São Paulo, a partir de amostras coletadas em agosto, e em Santa Catarina, de duas amostras coletadas em setembro.
Até o momento, não foram identificados sinais de que esta cepa do vírus da covid traga diferenças significativas na seriedade dos sintomas das pessoas contaminadas.
No informe Vigilância das Síndromes Gripais – Influenza, covid-19 e outros vírus respiratórios de valor em saúde pública nº 41, do Ministério da Saúde, a pasta informa que “as evidências atuais não indicam risco suplementar à saúde pública ou mudanças no perfil médico dessa versão em conferência com as demais”.
Especialistas no exterior acreditam que a XEC pode a se tornar a versão mais prevalente no período de inverno no hemisfério setentrião. De contrato com o Núcleo de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention – CDC) dos EUA, a versão já é responsável por 7% a 16% dos vírus circulantes no país.
Segundo a virologista Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC/Fiocruz, não é provável saber, entretanto, se o mesmo acontecerá no Brasil. “Em outros países, essa versão tem apresentado sinais de maior transmissibilidade, aumentando a circulação do vírus. É importante observar o que vai ocorrer no Brasil. O impacto da chegada dessa versão pode não ser o mesmo cá porque a memória imunológica da população é dissemelhante em cada país, devido às linhagens que já circularam no pretérito”, explica Resende, que também atua na Rede Genômica Fiocruz.
Monitoramento
A XEC foi classificada pela OMS no dia 24 de setembro uma vez que uma versão sob monitoramento. Isso ocorre quando uma linhagem apresenta mutações no genoma que são suspeitas de afetar o comportamento do vírus e observam-se os primeiros sinais de “vantagem de desenvolvimento” em relação a outras variantes em circulação.
Esta versão começou a invocar atenção em junho e julho de 2024, devido ao aumento de detecções na Alemanha. Rapidamente, espalhou-se pela Europa, pelas Américas, pela Ásia e Oceania. Pelo menos 35 países identificaram a cepa, que soma mais de 2,4 milénio sequências genéticas depositadas na plataforma Gisaid até o dia 10 de outubro deste ano.
Sintomas e prevenção
Os sintomas mais comuns da XEC não são diferentes dos de outras linhagens da covid, que incluem febre, dor de goela, coriza e tosse, entre outros. Assim uma vez que acontece com outras variantes, é preciso permanecer circunspecto a sintomas mais graves, uma vez que falta de ar e cansaço extremo.
A medida mais importante para a prevenção da covid segue sendo a vacinação. O esquema vacinal é dissemelhante para diferentes grupos etários. Grupos de risco – uma vez que pessoas com mais de 60 anos, pessoas imunossuprimidas, pessoas vivendo em instituições de longa permanência e população indígena, entre outros – têm recta a reforço vacinal a cada seis meses. Confira as recomendações vacinais para todas as pessoas neste link.
As outras medidas de prevenção também seguem as mesmas: higiene frequente das mãos, etiqueta respiratória, uso de máscaras em ambientes fechados e com aglomeração, mormente serviços de saúde, e solidão social em caso de infecção.
*com informações da Filial Brasil e da Fiocruz
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