O encarregado da diplomacia europeia, Josep Borrell, confirmou nesta segunda-feira (18) que os EUA deram permissão à Ucrânia para usar mísseis com alcance de até 300 km para ataques no território da Rússia “em profundidade”. A decisão amplia a capacidade de queima de Kiev, permitindo ao governo Zelensky atingir alvos em um perimetro maior do que era até portanto permitido, escalando o conflito.
Borrell acrescentou que não sabe por que Washington tomou esta decisão justamente agora. A notícia foi divulgada no último domingo (17) pela mídia dos EUA, citando fontes diplomáticas da Moradia Branca.
O encarregado da diplomacia da UE disse também que, durante a última reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países da União Europeia (UE), não foi tomada nenhuma decisão universal sobre os ataques em território russo, ficando a critério das autoridades da cada país do conjunto.
Ao comentar o relâmpago de intervalo permitido para a Ucrânia realizar ataques em território russo, Borrell disse: “Isto não é muito, mas esta é uma decisão da governo Biden”, completou o encarregado da diplomacia europeia.
O Departamento de Estado dos EUA, por sua vez, afirmou que no momento não pode confirmar uma mudança na política dos EUA para permitir que Kiev lance ataques com armas de longo alcance contra a Rússia
‘Mudança radical da núcleo do conflito’, diz diplomacia russa
Ao comentar o objecto, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou nesta segunda-feira (18) que o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia para combater o território russo “mudará radicalmente a núcleo do conflito”.
“O uso de mísseis de longo alcance por Kiev para combater nosso território significará a participação direta dos Estados Unidos e seus satélites nas hostilidades contra a Rússia, muito uma vez que uma mudança radical na núcleo e natureza do conflito”, afirmou a diplomata. De conformidade com a porta-voz da chancelaria russa, a resposta da Rússia “adequada e tangível”.
No início do dia, foi o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que se manifestou sobre o tema, declarando que a autorização por secção dos EUA para a Ucrânia combater o território da Rússia “em profundidade” irá gerar uma “novidade rodada de tensão”.
“Se tal decisão foi realmente formulada e levada ao conhecimento do regime de Kiev, portanto, é simples, esta é uma rodada de tensão e uma situação qualitativamente novas do ponto de vista do envolvimento dos EUA neste conflito”, disse ele.
Ao comentar as reportagens dos veículos ocidentais, Peskov destacou que os relatos na mídia não citaram fontes oficiais da Moradia Branca, mas o porta-voz fez questão de lembrar da posição manifestada pelo presidente Vladimir Putin, em setembro, quando a discussão sobre os ataques de longo alcance entrou em tarifa. Na ocasião, Putin disse que o uso de armas ocidentais de longo alcance para combater a Rússia representaria um envolvimento direto dos EUA e da Otan no conflito militar.
Entenda o contexto
A notícia de que o presidente dos EUA, Joe Biden, teria autorizado a Ucrânia a realizar ataques de longa intervalo no território da Rússia com mísseis foi veiculada pelos principais canais de televisão e agências de notícia estadunidenses e europeus, citando natividade da Moradia Branca. Oficialmente, a governo de Joe Biden ainda não comentou o objecto.
De conformidade as publicações do The New York Times e The Washington Post, inicialmente a autorização estadunidense se limitaria a ataques contra a região russa Kursk, onde as Forças Armadas da Ucrânia realizaram uma mediação e assumiram o controle de uma série de territórios.
A decisão também estaria associada às informações obtidas pela perceptibilidade dos EUA de que tropas norte-coreanas estariam sendo enviada para lutar junto ao tropa russo na contraofensiva em Kursk. Futuramente, o alcance dos ataques poderia se expandir.
O vice-conselheiro de segurança pátrio de Biden, Jonathan Feiner, disse nesta segunda-feira (18) que não confirmaria quaisquer decisões que “foram ou não tomadas em relação à assistência dos EUA quando se trata de tais questões operacionais”.
Edição: Rodrigo Durão Coelho