Um professor do curso de Engenharia de Software da Universidade do Região Federalista (UnDF) foi exonerado do função nesta terça-feira (14). Gunter Ribeiro Amorim foi o único revalidado para o função de professor de Linguagem Computacional e, mesmo não havendo outro concursado para ocupar a vaga, acabou sendo excluído da seleção de docentes.
Outros professores que se colocaram em resguardo de Gunter apontam que o motivo de sua exoneração está ligada à sua postura sátira e combativa em relação à gestão da UnDF. Fontes do Sindicato da UnDF apontam que o processo foi resultado de perseguição por segmento da gestão medial, incluindo a reitora temporária Simone Benk.
A divergência, segundo Gunter, teve início em 2023 quando professor questionou o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Computação, que na visão dele, “não apresentava uma sequência clara de disciplinas por semestre e evidenciava uma má elaboração do projeto. Minha coordenadora, que não é da espaço de TI, é pedagoga, assinou uma vez que responsável técnica, o que também questionei”, afirma.
Ao ser questionada pelo Brasil de Indumento DF, a gestão da UnDF respondeu, por meio de assessoria, que “a exoneração do referido docente foi realizada com base no parecer emitido pela Percentagem Permanente de Concentração de Cargos (CPAC) da UnDF e posteriormente a epílogo do Processo Administrativo Disciplinar a que o docente foi submetido para fins de comprovação de compatibilidade de trouxa horária”. Eles também informam que “neste caso, em específico, o docente foi revalidado e nomeado no concurso da curso de Magistério Superior para trouxa horária de 40 horas e acumulava função público em outro órgão com trouxa horária de 40h”.
Diretora do Sindicato dos Docentes da UnDF (SindUndF), Kíssila Teixeira Mendes, considera que a exoneração de Gunter sob o argumento de concentração de cargos é incoerente, já que essa requisito foi aceita pela própria UnDF durante sua posse em junho de 2023. “Essa concentração foi estudada e aprovada pela própria gestão. Uma vez que isso pode ser questionado depois pela mesma gestão que havia revalidado?”, questiona a professora.
Alegações
As alegações da UnDF contra o professor Gunter também incluem o controle de ponto e a impossibilidade de executar 80 horas de trabalho por semana. Vale lembrar que esse regime de trabalho, que na prática representa 16 horas por dia no mesmo ocupação, é formalmente ilícito no Brasil.
O professor afirma que houve uma tentativa da reitoria de impor aos professores que suas cargas horárias fossem cumpridas integralmente de forma presencial.
“Isso gerou uma revolta enorme no corpo docente, pois mostrou que a reitoria não entendia o trabalho universitário, que não é 100% presencial”. Ele também avalia que sua resguardo foi considerada de forma insuficiente, pois “listei 17 testemunhas, mas exclusivamente duas foram ouvidas, e ambas confirmaram que a folha de ponto não refletia a veras”.
Kíssila destaca que a confusão gerada pela folha de ponto culminou na associação trabalhista da universidade. “Foi isso que deu início à nossa mobilização no ano pretérito, resultando na geração do sindicato. A folha de ponto é física, de papel, e assinamos no final do mês, o que torna o controle imaginário, considerando as particularidades do trabalho docente”.
Ela acrescenta que “é importante primar que, nas universidades federais, a greve deste ano resultou na liberação do controle de ponto para os professores dos institutos federais, o que foi uma grande conquista, já que esse controle não faz sentido”.
Além dos pontos contraditórios na exoneração, a exclusão de Gunter do quadro de professores também pode gerar tardada na programação das aulas e subtracção da qualidade de ensino. A representante do sindicato avalia que a exoneração ocorrida no meio do semestre e um cenário em que “os cursos tecnologia já estão defasados em relação ao número de professores”.
Ela afirma que “o PPC desses cursos é muito fraco, e isso é um tanto que tem sido discutido na greve dos alunos“. Fatos uma vez que esse decorre em “uma subida evasão, principalmente nos cursos de tecnologia, e alguns alunos, com a notícia da saída do professor Gunter, estão considerando desistir do curso, o que é muito grave”.
A exoneração do professor foi emitida na véspera do Dia dos Professores, 15 de outubro. Um gesto simbólico, na avaliação de Kíssila Mendes, principalmente em meio à greve estudantil que reivindica melhores condições de se manterem ativos.
“Uma vez que prometer a permanência se não há professores suficientes nos cursos de tecnologia? Isso só evidencia que a universidade não está preocupada com as demandas dos estudantes”, conclui a diretora do SindUnDF.
Nascente: BdF Região Federalista
Edição: Flávia Quirino
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